O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (19) que não acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. Haddad decidiu priorizar a agenda no Brasil com a possibilidade de votação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
“Eu vou permanecer no Brasil em virtude dessa possibilidade. Nós entendemos que, possivelmente, os líderes se reúnam na Câmara [dos Deputados] para julgar a conveniência e a oportunidade de levar a plenário na semana que vem. Eu estou ficando [no Brasil] um pouco em função disso”, disse.
Os Estados Unidos liberaram o visto de entrada para haddad no início deste mês em meio a escalada da crise diplomática, após o tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente americano, Donald Trump. No ano passado, o ministro foi a Nova York para participar de reuniões com agências internacionais de classificação de risco. Em agosto, a Câmara aprovou o requerimento de urgência para acelerar a tramitação do projeto.
Haddad é a segunda baixa na comitiva presidencial, que embarca neste domingo (21) para Nova York. Mais cedo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desistiu de viajar após o governo de Donald Trump estabelecer restrição ao seu deslocamento na cidade.
“Inaceitável. Inaceitáveis as condições, porque eu sou o ministro da Saúde do Brasil. Quando vou para um evento como esse, tenho que ter plena possibilidade de participar do conjunto das atividades para as quais fomos convidados”, disse o ministro em entrevista à GloboNews nesta tarde.
O governo americano liberou o visto de entrada para Padilha nesta quinta-feira (18), mas informou que ele só poderia se deslocar em uma área equivalente a cinco quarteirões entre o hotel e a sede da ONU e as representações do Brasil ligadas ao órgão.
O ministro destacou que a restrição inviabilizaria sua participação na conferência da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), no próximo dia 29, em Washington, e em reuniões bilaterais que seriam realizadas fora do trajeto entre o hotel e a ONU.