A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, repudiou nesta quarta-feira (2) “ataques pessoais e desqualificados” nas redes sociais contra o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), após a derrubada do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
“O debate, a divergência, a disputa política fazem parte da democracia. Mas nada disso autoriza os ataques pessoais e desqualificados nas redes sociais contra o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, o que repudio”, disse a responsável pela articulação do governo no X.
Motta tem sido alvo de críticas nas redes sociais em meio a crise entre os Poderes da República. Nos últimos dias, os termos “Hugo Motta traidor” e “Congresso da mamata” ficaram entre os mais comentados no X.
“Não é assim que vamos construir as saídas para o Brasil, dentre as quais se destaca a justiça tributária. O respeito às instituições e às pessoas é essencial na política e na vida”, acrescentou Gleisi.
A defesa feita pela ministra ocorre após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticarem a quebra de um acordo por Motta sobre a votação do IOF. Além disso, o governo acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a decisão dos parlamentares.
Mais cedo, Haddad elogiou a relação com o Congresso, mas reafirmou a surpresa que o governo teve quando Motta voltou atrás no acordo que havia feito sobre as medidas de compensação do IOF. Já Lula disse que Motta tomou uma decisão “absurda” ao pautar o projeto que anula o aumento do IOF após firmar o acordo.
“O erro, na minha opinião, foi o descumprimento de um acordo que tinha sido feito no domingo à meia-noite, na casa do presidente Hugo Motta. Lá estavam vários ministros, vários deputados, o companheiro Fernando Haddad com sua equipe. Festejaram o acordo […] Quando chega na terça-feira, o presidente da Câmara toma a decisão que eu considerei absurda”, disse o presidente em entrevista à TV Bahia nesta manhã.
Apesar das declarações, os petistas negaram a possibilidade de um rompimento com o Legislativo. Na segunda-feira (30), Motta negou ter traído o governo em um vídeo nas redes sociais. “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento. O presidente de qualquer Poder não pode servir a um partido, ele tem que servir ao seu País”, declarou.