Durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (9), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, que recebesse o hacker Walter Delgatti Neto e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) para tratar de supostas fraudes nas urnas eletrônicas.
Segundo Cid, Zambelli agendou uma reunião entre Bolsonaro e Delgatti no Palácio da Alvorada. O ex-presidente queria ouvir uma avaliação técnica sobre a possibilidade de manipulação das urnas e entender se haveria alguma forma de detectar fraudes. A intenção, conforme Cid, era “ter um ponto de vista técnico” sobre o tema.
Após o encontro no Palácio da Alvorada, Bolsonaro teria solicitado que Paulo Sérgio aprofundasse a discussão com o hacker e a deputada. Cid afirmou que a reunião no Ministério da Defesa chegou a ocorrer, mas não soube informar se o então ministro participou diretamente do encontro.
Após o encontro no Palácio da Alvorada, Bolsonaro teria solicitado que Paulo Sérgio aprofundasse a discussão com o hacker e a deputada. Cid afirmou que a reunião no Ministério da Defesa chegou a ocorrer, mas não soube informar se o então ministro participou diretamente do encontro.
O ex-ajudante também relatou que Bolsonaro pressionava Paulo Sérgio Nogueira para adotar uma postura mais dura no relatório oficial sobre a segurança das urnas.
Embora o documento já estivesse pronto, a entrega ao TSE teria sido adiada por pressão política, visando incorporar termos mais alinhados com as suspeitas levantadas pelo Planalto. Segundo Cid, Bolsonaro buscava um texto que equilibrasse aspectos técnicos e demandas políticas.
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O relatório final, embora não apontasse indícios de fraude nas eleições de 2022, afirmava que as urnas eletrônicas não poderiam ser auditadas. A ambiguidade no texto abriu margem para teorias que descredibilizavam o sistema eleitoral brasileiro e lançavam dúvidas sobre a legitimidade da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).