Na manhã desta terça-feira (13), a influenciadora digital Virginia Fonseca iniciou seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado. Acompanhada do marido, Zé Felipe, Virginia chegou pouco antes das 10h45 e foi questionada sobre seus contratos de publicidade com casas de apostas.
Durante a sessão, a influenciadora reafirmou que sempre alertou seus seguidores sobre os riscos associados às apostas e que seus contratos não continham a chamada “cláusula da desgraça”, que garantiria uma comissão sobre as perdas dos apostadores.
A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), iniciou a sessão esclarecendo que o objetivo não era expor Virginia, mas sim entender a atuação de influenciadores na promoção de jogos de azar.
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A senadora destacou a preocupação com a possibilidade de que esses contratos incentivem comportamentos prejudiciais, como o vício em apostas.
“Ninguém ganha das bets; elas existem para ganhar em cima do apostador”, afirmou Soraya, ressaltando a importância de discutir o impacto social dessas práticas.
Virginia, em sua defesa, afirmou que sempre seguiu a legislação e que suas postagens deixavam claro que as apostas envolvem riscos.
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“Quando eu posto, sempre deixo muito claro que é um jogo, que pode ganhar e pode perder”, declarou.
Além disso, a influenciadora ressaltou que nunca incentivou seus seguidores a apostar como forma de ganhar dinheiro e que sempre respeitou as diretrizes do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar).
Durante o depoimento, Virginia também negou que seu contrato com a Esportes da Sorte incluísse uma cláusula que a beneficiasse a partir das perdas dos apostadores.
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“Meu contrato era fixo, e se eu dobrasse o lucro, eu receberia 30% a mais. Mas isso não chegou a acontecer”, explicou.
A influenciadora concordou em fornecer cópias dos contratos à CPI, que serão mantidas em sigilo devido a cláusulas de confidencialidade.
A CPI das Bets, instalada em novembro do ano passado, investiga a influência das apostas online na vida financeira das famílias brasileiras e a possível associação dessas práticas a organizações criminosas.
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Virginia não será a única influenciadora a depor; a comissão planeja ouvir outros nomes relevantes do cenário digital, como Rico Melquiades e Adélia Soares, na busca por esclarecer o papel dos influenciadores na promoção de jogos de azar e discutir uma possível regulamentação do setor.