terça-feira , 2 setembro 2025
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Vigilância estatal avança sob disfarce de ajuda social na China

O regime comunista da China adotou um novo método de controle social por meio do chamado “trabalho social”, iniciativa que mistura assistência econômica e psicológica com monitoramento constante de pessoas consideradas vulneráveis.

A medida, revelada em reportagem do Wall Street Journal nesta segunda-feira (1º), tem como objetivo prevenir possíveis focos de instabilidade política em meio à desaceleração econômica e ao aumento de episódios de violência no país.

O programa é conduzido pelo Departamento Central de Trabalho Social, criado em 2023 e sediado em Pequim. A estrutura é comandada por dirigentes ligados às áreas de segurança e polícia. Uma de suas atribuições é identificar os chamados indivíduos com “perdas múltiplas” – pessoas que enfrentam problemas financeiros, familiares, de saúde mental ou emocionais.

Segundo documentos e relatos obtidos pela reportagem, líderes comunitários foram instruídos por esse departamento a realizar triagens periódicas, verificar antecedentes e enviar relatórios quinzenais a instâncias superiores sobre pessoas vulneráveis. Empresas privadas também foram acionadas para monitorar trabalhadores enquadrados nesse perfil.

O método reforça o sistema de “gestão em grades”, em vigor na China desde os anos 2000, que divide bairros em pequenas áreas supervisionadas por gestores responsáveis por coletar dados pessoais, promover políticas oficiais e identificar possíveis ameaças.

Desde a implementação desse sistema, agentes chineses passaram a acompanhar de perto em diversos bairros cidadãos abalados por falências, disputas familiares ou doenças, repassando as informações antes que se transformem em possíveis focos de protestos. Segundo o próprio ditador Xi Jinping, o objetivo desse sistema é evitar que “pequenos problemas saiam do bairro, grandes problemas saiam da cidade e contradições cheguem às autoridades superiores”.

Casos de violência recente, como ataques a faca, atropelamentos em massa e tiroteios têm sido apontados como justificativa para a intensificação da vigilância sobre cidadãos vulneráveis.

Na prática, o chamado “trabalho social” mostra-se menos uma rede de apoio e mais uma ferramenta de vigilância preventiva, alicerçada em tecnologias de reconhecimento facial, análise de dados e monitoramento digital. Para críticos do regime, trata-se da modernização de métodos maoístas de controle social, adaptados para a era da inteligência artificial.

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