O regime do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira (17) uma série de exercícios militares na ilha de La Orchila, no Caribe, com a participação de mais de 2,5 mil soldados, 12 navios de guerra, 22 aeronaves e cerca de 20 embarcações menores. A operação, batizada de Caribe Soberano 200, foi ordenada por Maduro e apresentada pelo ministro da Defesa chavista, Vladimir Padrino López, como resposta à “ameaça” representada pela presença naval dos Estados Unidos na região.
Segundo Padrino, os treinamentos terão duração de três dias e incluirão manobras aéreas, marítimas e terrestres, além do uso de drones aéreos, submarinos e de vigilância.
“Nessa conjuntura especial, precisamos duplicar os esforços e elevar nosso preparo operacional para um possível cenário de conflito armado no mar. E estamos fazendo isso”, declarou em transmissão da TV estatal.
O exercício prevê ainda a atuação de forças especiais, unidades de inteligência e do setor aeroespacial, além de práticas de defesa aérea a partir de embarcações e patrulhas conjuntas no mar e em terra. Padrino destacou que civis, em especial pescadores, também participarão das simulações, como parte de um esforço para unir militares e população diante do que Caracas insiste em chamar de risco de intervenção norte-americana.
A ilha de La Orchila, localizada a cerca de 180 quilômetros de Caracas, foi escolhida como palco da operação. O ministro informou que o local já havia passado por preparativos prévios e que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) também utilizará o período para “recolher, analisar e compartilhar inteligência militar”, além de implementar ações de guerra eletrônica, como “bloqueio e neutralização de comunicações”.
No último domingo (14), o ministro havia anunciado que a Venezuela realizará jornadas de treinamento todos os sábados, envolvendo tanto militares quanto integrantes da milícia bolivariana. A medida faz parte da estratégia de Maduro de reforçar a narrativa de que Washington busca um “câmbio de regime” no país.