Venezuela anuncia prisão de três estrangeiros por suposto plano para “sabotar” eleições

A ditadura da Venezuela anunciou nesta quarta-feira (21) que prendeu um cidadão espanhol, um argentino e um búlgaro, acusados de uma suposta conspiração para tentar “sabotar” as eleições regionais e legislativas que serão realizadas no domingo (25).

Segundo informações da Agência EFE, o ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, considerado o número 2 do chavismo, falou sobre o assunto durante seu programa na emissora estatal VTV.

“Se vocês vierem aqui para conspirar, nós vamos pegá-los, saibam disso”, disse Cabello. Nesta quinta-feira (22), o Ministério das Relações Exteriores da Espanha informou à EFE que o cidadão espanhol detido já foi libertado.

Cabello, que não deu detalhes sobre as detenções e não informou os nomes dos presos, havia afirmado que o espanhol estaria “ligado a quadrilhas do narcotráfico” e que os três detidos fariam parte de um plano para “sabotar violentamente as eleições regionais e parlamentares”, usando inclusive explosivos.

No início da semana, o ministro chavista já havia anunciado a prisão de 21 venezuelanos e 17 estrangeiros, que segundo ele, pretendiam atacar embaixadas, comandos policiais, os transportes públicos, postos de gasolina e subestações elétricas, além de membros do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), legenda da ditadura chavista, e candidatos da oposição. Na ocasião, Cabello anunciou a suspensão do tráfego aéreo entre a Venezuela e a Colômbia.

Nesta quarta-feira, a exemplo do que havia feito na segunda-feira (19), Cabello acusou a líder oposicionista María Corina Machado de estar por trás do suposto plano, mas novamente não apresentou provas.

Denúncias sem provas são uma tradição no chavismo, que as utiliza para prender adversários políticos e tomar medidas agressivas contra outros países, estratégia que é intensificada perto de eleições na Venezuela.