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Trump volta a propor que Ucrânia ceda território à Rússia e gera reação

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, recebeu oficialmente nesta quinta-feira (20) o esboço de um novo plano de paz elaborado pelos Estados Unidos para dar fim à guerra dos ucranianos com a Rússia, iniciada com a invasão de Moscou ao país vizinho em fevereiro de 2022.

Embora o teor da proposta de 28 pontos não tenha sido divulgado oficialmente, informações da imprensa americana apontam que o plano, que já havia sido apresentado à Rússia, traz de volta à mesa um item que o presidente Donald Trump já havia sugerido em outros momentos desde que voltou à Casa Branca, em janeiro: que a Ucrânia ceda territórios à ditadura de Vladimir Putin para que o conflito acabe.

Segundo informações da CNN, o plano incluiria a cessão de toda a região do Donbass, no leste da Ucrânia, o que implicaria entregar áreas que a Rússia não conseguiu conquistar no campo de batalha: 11% da região permanece sob controle de Kiev.

A emissora americana relatou que outros pontos da proposta de Trump incluem reduzir o tamanho das forças armadas da Ucrânia e abrir mão de algumas capacidades militares, incluindo armas de grande poder de fogo que Kiev recebeu ao longo da guerra.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, não confirmou o teor do plano nesta quinta-feira, mas negou alegações de que a proposta seria pró-Rússia.

“É um bom plano tanto para a Rússia quanto para a Ucrânia, e acreditamos que deva ser aceitável para ambos os lados. Estamos trabalhando arduamente para concretizá-lo”, disse Leavitt em entrevista coletiva.

Em comunicado no Telegram, o governo ucraniano se limitou a dizer que “o presidente da Ucrânia recebeu oficialmente da parte americana um rascunho de plano que, segundo a avaliação da parte americana, pode ajudar a revitalizar a diplomacia”.

“Nos próximos dias, o presidente da Ucrânia espera conversar com o presidente Trump sobre as oportunidades diplomáticas existentes e os pontos-chaves necessários para alcançar a paz”, acrescentou o gabinete.

Entre a população ucraniana, as propostas relatadas pela imprensa causam apreensão. Olena Hubanova, codiretora da ONG Helping to Leave, que trabalha para evacuar e reintegrar deslocados pela guerra, disse ao jornal Kyiv Independent que entregar todo o Donbass à Rússia seria desastroso para os ucranianos que moram na região.

“Estaríamos entregando-os ao inimigo ou dizendo-lhes para partirem sem rumo, sem dinheiro ou apoio”, disse Hubanova. “A Ucrânia não é apenas território. A Ucrânia é povo.”

A apresentação do plano diretamente a Moscou, sem participação de aliados dos Estados Unidos, causou desconforto na União Europeia.

“Nossa posição não mudou. Para que qualquer plano de paz tenha sucesso, ele precisa do apoio da Ucrânia e da Europa. Se a Rússia realmente quisesse a paz, teria aceitado a oferta de cessar-fogo incondicional já em março”, disse Kaja Kallas, alta representante da UE para as Relações Exteriores e a Política de Segurança, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

“A UE tem um plano muito claro de dois pontos: primeiro, enfraquecer a Rússia; segundo, apoiar a Ucrânia”, afirmou.

Já Jean-Noël Barrot, ministro das Relações Exteriores da França, disse nesta quinta-feira que “a paz não pode significar capitulação”. “Não queremos a capitulação da Ucrânia”, alfinetou, a respeito da proposta americana.

Também hoje, de acordo com o site Vatican News, o cardeal-secretário de Estado da Santa Sé, Pietro Parolin, disse que “a Europa deve participar [das negociações] e fazer ouvir a sua voz, e não permanecer excluída”, porque “esteve ativamente envolvida” na Ucrânia até agora.

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