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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em entrevista à Fox News na noite de terça-feira (11) que tem a “obrigação” de processar a BBC após o escândalo envolvendo um discurso em um programa da emissora pública britânica.
“Acho que tenho a obrigação de fazer isso… porque não se pode permitir que as pessoas façam isso”, disse o republicano. Segundo o presidente, a BBC destruiu seu discurso “bonito” e “tranquilo” e o fez parecer “radical”.
As declarações distorcidas de Trump foram divulgadas antes das eleições presidenciais americanas, em outubro de 2024, em um documentário intitulado “Trump: Uma Segunda Chance?”.
Apesar de ter recebido pouca atenção dentro dos Estados Unidos na ocasião, um memorando obtido pelo jornal britânico Telegraph nesta semana reacendeu o assunto ao revelar que um trecho da programação foi editada seletivamente para fazer parecer que o então candidato presidencial havia incitado explicitamente a invasão do Capitólio durante os protestos de janeiro de 2021.
O escândalo rapidamente ganhou destaque nos jornais do mundo e resultou na renúncia de dois executivos no domingo: o diretor-geral, Tim Davie, e a diretora de jornalismo, Deborah Turness.
O vídeo divulgado pela BBC vinculou as seguintes declarações a Trump: “Vamos caminhar até o Capitólio e eu estarei lá com vocês e lutaremos. Lutaremos com todas as nossas forças e, se vocês não lutarem com todas as suas forças, não terão mais um país”.
Originalmente, o presidente americano chegou a mencionar: “Vamos caminhar até o Capitólio e vamos aplaudir nossos bravos senadores e congressistas”. Quase uma hora depois, ele disse a apoiadores para “lutarem com todas as suas forças”.
Na segunda-feira, o presidente da BBC, Samir Shah, chegou a pedir desculpas públicas pelo ocorrido, classificando o episódio como um “erro de julgamento”. No mesmo dia, advogados de Trump enviaram uma carta à emissora informando sobre a intenção de abrir um processo.
A defesa do republicano pede pelo menos US$ 1 bilhão de dólares de indenização caso a BBC não cumpra três exigências até a tarde de sexta-feira (14): a retratação “imediata, completa e justa” do documentário; a transmissão de um pedido público de desculpas e indenização pelos danos causados.
