Trump diz que Espanha deveria ser expulsa da Otan por não cumprir meta de gastos em defesa

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (9) que a Espanha “talvez devesse ser expulsa da Otan” por não cumprir o compromisso de gastos em defesa exigido pela aliança militar. A declaração foi feita durante uma conversa com o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, no Salão Oval da Casa Branca.

“Não têm desculpa para não fazê-lo [o cumprimento do gasto com defesa]. Mas não passa nada. Talvez devessem expulsá-los da Otan, francamente”, disse Trump, referindo-se ao fato de que Madri ainda não atingiu o percentual de investimento em defesa acordado entre os aliados.

O republicano explicou que pediu aos países membros da Otan que aumentassem o orçamento militar para 5% do PIB, mas destacou que a Espanha ficou para trás.

“Acho que vocês terão que começar a falar com a Espanha”, afirmou Trump ao presidente finlandês.

Trump também lembrou que a maioria dos países atendeu ao pedido de Washington.

“A maioria pensou que não iria acontecer, e aconteceu praticamente de forma unânime”, disse o presidente americano, enfatizando que “a Espanha é o único membro que continua atrasado em relação aos compromissos de defesa”.

Esta não é a primeira vez que o líder americano critica o governo socialista espanhol. Em outras ocasiões, Trump já havia pressionado Madri a aumentar o orçamento militar, mas é a primeira vez que sugere a expulsão do país da aliança.

Após a cúpula da Otan realizada no verão europeu, a Espanha chegou a um acordo com o secretário-geral da aliança, Mark Rutte, para destinar até 2,1% do PIB à defesa – valor ainda abaixo do limite solicitado pelos Estados Unidos. O governo de Pedro Sánchez também obteve flexibilidade no cronograma para atingir a meta de 5%, compromisso que Trump considera essencial para garantir a segurança coletiva do bloco atlântico.

A declaração reacende o debate sobre o peso das contribuições dos países europeus dentro da Otan e reforça a pressão de Washington sobre os aliados que, segundo Trump, “se beneficiam da proteção americana sem cumprir sua parte”.