A possível sucessão de Jair Bolsonaro (PL) na disputa presidencial de 2026 expôs visões distintas entre os três principais nomes cotados para representar a direita no pleito: os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Júnior (PSD-PR).
Durante a Expert XP 2025, neste sábado (26), os três adotaram posições distintas sobre a conveniência de lançar uma candidatura única já no primeiro turno.
Para Caiado, a concentração de forças em um único nome seria um erro estratégico. O governador de Goiás avalia que isso tornaria o candidato da direita um alvo fácil para a máquina pública comandada por Lula (PT).
“Quando você solta um único candidato no primeiro turno, você dá para a máquina do PT uma capacidade destrutiva que vocês não estão imaginando”, afirmou. “Se tiver três candidatos, eu não tenho como nos atingir a todos. Um vai chegar ao segundo turno, e todos os outros vão estar juntos.”
Caiado reconheceu o papel de Jair Bolsonaro como liderança nacional e relativizou o alcance dos demais nomes.
“Além dele, todos nós somos líderes regionais. Tarcísio tem o exemplo de São Paulo, o Paraná tem sua estrutura, e eu sou lá de Goiás. Cada um tem sua área de influência”, disse, ao defender que o grupo avance dividido, mas convergente no segundo turno.
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Tarcísio defende projeto unificado
Em contraponto, o governador de São Paulo defendeu que a união das forças de direita é essencial para vencer a eleição e promover reformas estruturantes.
“A boa notícia é que o projeto nacional está acima de todas as vaidades”, declarou. “Prego, sim, a união — e seja no momento que for, com sabedoria para definir a melhor estratégia. O Brasil merece isso.”
Tarcísio também descartou a hipótese de que Jair Bolsonaro esteja ausente do processo eleitoral, apesar de inelegível. “Se engana quem pensa que uma liderança como Jair Bolsonaro vai ficar de fora. Seja na condição que for, ele vai participar.”
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Ratinho vê espaço para candidaturas múltiplas
Já o governador do Paraná evitou entrar no embate direto entre os colegas e adotou uma posição conciliadora. Para ele, a existência de diferentes candidaturas dentro do mesmo espectro ideológico é legítima e pode enriquecer o debate político. “Esse espectro tem bons quadros. O problema seria se não tivesse”, afirmou.
Ratinho destacou que, em um sistema com dois turnos, é natural que cada partido queira lançar seu próprio candidato, ao menos no início. “É um processo que exige tempo. O mais importante é que, quem chegar ao segundo turno, terá a competência de reunir todos.”