quinta-feira , 9 outubro 2025
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Sindicato ligado a irmão de Lula é um dos alvos da PF em operação contra fraude no INSS

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi) é um dos alvos da nova fase da Operação Sem Desconto, realizada nesta quinta (9) em sete estados e no Distrito Federal. A ação busca documentos e bens referentes ao esquema de descontos indevidos de aposentados e pensionistas do INSS que gerou um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024.

O Sindinapi tem ligações com um dos irmãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Ferreira da Silva, conhecido como “Frei Chico”, que é vice-presidente da entidade. Ele, no entanto, não é alvo das investigações. O presidente do sindicato, Milton Baptista de Souza Filho, prestará depoimento à CPMI do INSS também nesta quinta (9).

“Hoje a policia está executando [mandados] inclusive no sindicato desse senhor que está aqui para depor”, afirmou o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI, em uma entrevista coletiva mais cedo, pouco antes do início da sessão.

À Gazeta do Povo, os advogados do Sindnapi se disseram surpresos com a operação, que não tiveram acesso ao inquérito policial e que comprovarão a lisura da entidade. “[O Sindnapi] reitera seu absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados”, disse o sindicato em nota (veja na íntegra mais abaixo).

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Viana ainda criticou que Souza Filho foi beneficiado por um habeas corpus concedido pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que “ele não fale e não responda absolutamente nada”. “Tem muito o que responder ao povo brasileiro”, completou.

São cumpridos 66 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e no Distrito Federal. A nova fase da Operação Sem Desconto é realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e teve os mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“A ação de hoje tem o objetivo de aprofundar as investigações e esclarecer a prática de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa e atos de ocultação e dilapidação patrimonial”, disse a PF em nota mais cedo ao anunciar a operação, sem informar os alvos dos mandados.

O Sindnapi confirmou que alguns dos mandados foram cumpridos na sede da entidade em São Paulo, na casa do presidente e de alguns diretores.

Entre os mandados cumpridos no estado de São Paulo, segundo a Polícia Federal, estão carros de luxo e equipamentos eletrônicos, armas e munições, documentos e quantias em espécie de Real. Já em Sergipe, de acordo com imagens divulgadas pela autoridade, foram encontradas dezenas de caixas com documentos.

Veja abaixo o que disse o Sindnapi sobre o cumprimento de mandados pela Polícia Federal:

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (SINDNAPI), por meio de seus advogados, manifesta sua surpresa com o cumprimento de mandados de  busca e apreensão na manhã de hoje em sua sede em São Paulo, bem como na casa de seu Presidente e alguns Diretores, em operação deflagrada pela Polícia Federal em nova fase da “Operação Sem Desconto”.

Esclareça-se que os advogados não tiveram acesso ao inquérito policial, ao conteúdo das razões da representação policial ou dos fundamentos da decisão que autorizou a deflagração da medida cautelar, mas reitera seu absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados.

A exemplo do procedimento adotados nas demais demandas judiciais, o SINDNAPI comprovará a lisura e legalidade de sua atuação, sempre em prol de seus associados, garantindo-lhes a dignidade e respeito que são devidos.

Como funcionava o esquema

O esquema de fraude no INSS causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões aos aposentados e pensionistas entre os anos de 2019 e 2024 através de entidades associativas que teriam realizado os descontos sem a autorização dos beneficiários. A primeira fase da operação, realizada em abril, levou à demissão do então presidente do órgão, Alessandro Steffanuto, e abriu uma crise no governo.

Já no mês passado, a PF prendeu Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, que seria um dos operadores do esquema, e o empresário Maurício Camisotti.

Inquéritos conduzidos pela Polícia Federal (PF) em 13 estados e no Distrito Federal podem resultar no indiciamento de mais de 100 suspeitos de envolvimento direto e indireto na fraude bilionária na Previdência Social (INSS), segundo apurou a Gazeta do Povo. A polícia também tenta provar quanto dos cerca de R$ 6,3 bilhões repassados a sindicatos e associações das folhas de pagamento de aposentados e pensionistas são fruto de conduta criminosa.

O número de indiciamentos ainda pode aumentar conforme o andamento das investigações, que ainda não têm data para serem concluídas, segundo uma fonte da PF envolvida diretamente na investigação que pediu para não ter o nome revelado por tratar de questões sensíveis. A reportagem apurou que as investigações da polícia seguem em pelo menos três diferentes frentes:

  • Levantar provas contra os servidores e a antiga cúpula do INSS suspeitos de operacionalização e facilitação dos descontos
  • Descobrir quais os mecanismos usados para que a fraude fosse aplicada em massa contra milhões de beneficiários
  • Provar que dirigentes de associações e sindicatos e empresários receberam recursos furtados dos aposentados e tentar recuperá-los

A PF também quer identificar valores exatos desviados, tendo em vista que os R$ 6,3 bilhões levantados em uma investigação feita pela CGU correspondem ao valor total repassado entre 2019 a 2024 pelo INSS da folha de pagamento dos aposentados para sindicatos e associações. Não se sabe ainda quanto do montante corresponde a fraudes e quanto a operações legais.

Um levantamento feito por amostragem pela CGU apontou um índice de 97% de fraude, em que aposentados contatados em 1.300 entrevistas disseram não ter autorizado os débitos em suas contas.

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