O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto, disse nesta segunda-feira (1º) que 4,2 mil soldados americanos “treinados” estão “prontos e preparados para invadir” o território venezuelano.
Segundo informações da agência EFE, o chanceler fez o alerta durante reunião virtual de emergência da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), convocada pela Colômbia, que preside temporariamente o grupo de perfil esquerdista.
“Os Estados Unidos concentraram ativos militares perto da costa venezuelana. Estamos falando de oito navios militares que têm, até onde sabemos, mais de 1,2 mil mísseis a bordo”, disse Gil.
A Casa Branca informou que a operação, que conta com o envio de navios de guerra e de um submarino de ataque rápido com propulsão nuclear para o sul do Mar do Caribe, tem o objetivo de evitar a chegada de drogas aos Estados Unidos.
O chanceler venezuelano argumentou que essa alegação dos Estados Unidos – combate ao tráfico de drogas – é uma “desculpa” e chamou de “história totalmente falsa” o relato sobre “um suposto cartel que eles chamaram de Cartel de los Soles”.
“Qualquer conflito armado contra a Venezuela, usando um falso pretexto como o tráfico de drogas, quando já demonstramos conquistas importantes nessa área, significaria, na verdade, uma desestabilização completa de toda a região”, disse Gil.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou em agosto que os Estados Unidos estão preparados para “usar todo o poder americano” para levar à Justiça “os responsáveis” por traficar drogas para o país, em recado direto ao ditador venezuelano.
No dia 7, o governo dos Estados Unidos dobrou o valor que oferece por informações que levem à prisão e condenação de Maduro, elevando a recompensa para US$ 50 milhões.
Na ocasião, a procuradora-geral da gestão Trump, Pam Bondi, disse que Maduro tem ligações com as gangues venezuelanas Tren de Aragua, Cartel de Los Soles (do qual seria líder, segundo os EUA) e o mexicano Cartel de Sinaloa e que o ditador da Venezuela é “um dos maiores traficantes de drogas do mundo”.