Israel interceptou uma embarcação com ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg, no último domingo que tinha como destino a Faixa de Gaza. Desde então, os tripulantes – que foram detidos por autoridades ao desafiar o bloqueio marítimo à região – têm acusado o país de “sequestro”.
A “missão Madleen” faz parte da organização Flotilha da Liberdade. Uma das lideranças do grupo e figura-chave no planejamento da viagem, Zaher Birawi, é acusado há muito anos no Reino Unido e em Israel de ser um integrante do grupo terrorista Hamas.
Apesar dele rejeitar qualquer alegação de vínculo com o Hamas, em 2012 ele foi fotografado em um evento ao lado de terroristas do grupo, como Ismail Haniyeh, ex-líder do Hamas que foi morto em uma operação ligada a Israel no ano passado, durante passagem pelo Irã, segundo mostrou o The Telegraph.
O jornalista palestino-britânico de 63 anos é membro fundador da Coalizão Flotilha da Liberdade e participou da cerimônia de partida do barco da Sicília, na Itália, na semana passada. Além disso, é diretor da organização sem fins lucrativos Europal Forum, focada no ativismo pró-palestinos na Europa, que é considerada patrocinadora de terrorismo pelo governo israelense desde 2021.
Birawi foi responsável por organizar diversas manifestações pelo continente europeu, em especial em Londres, desde o início da guerra contra o Hamas em 2023.
Apesar de atuar em organizações acusadas de terrorismo por Israel, Birawi acabou vencendo uma batalha judicial quando processou o banco de dados financeiro do NatWest por supostamente colocá-lo em uma lista de vigilância de terrorismo.
Após o massacre do Hamas em 7 de outubro de 2023, ele foi novamente acusado de ser um membro do Hamas pelo deputado trabalhista Christian Wakeford. Birawi se opôs ao início das operações israelenses em Gaza como resposta ao ataque violento classificando as ações como “invasão de Gaza por Israel”. Com isso, ajudou a organizar vários protestos em Londres contra a guerra, sob o argumento de que Israel comete “genocídio” no enclave.