A aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estagnou, conforme mostra levantamento Genial/Quaest divulgado nesta quarta-feira (17). A aprovação ao governo Lula permaneceu em 46%, índice idêntico ao verificado em agosto. Já a desaprovação, também estável, ficou em 51%. O percentual de entrevistados que não souberam ou não quiseram responder foi de 3%.
A pesquisa realizou entrevistas presenciais, em domicílios, entre 12 e 14 de setembro, ouvindo 2,4 mil brasileiros maiores de 16 anos em 120 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
O trabalho do presidente foi considerado positivo por 31% da população, igual ao mês anterior. A avaliação negativa do presidente oscilou de 39% para 38%, enquanto a percepção regular subiu de 27% para 28%. As oscilações estão dentro da margem de erro, sem indicar mudança significativa na opinião pública.
Um dos itens da pesquisa chama a atenção: 61% dos entrevistados afirmam que Lula perdeu a conexão com a população. Ao mesmo tempo, 58% dos brasileiros acreditam que o país segue na direção errada, contra 36% que enxergam uma trajetória positiva. O sentimento de desconexão aparece com maior força entre quem desaprova a gestão, sobretudo na região Sul e entre os evangélicos, onde a rejeição atinge 60% e 61%, respectivamente.
Governo Lula está abaixo das expectativas
A avaliação da gestão também registra piora para metade dos entrevistados, que consideram o governo abaixo das expectativas. Notícias negativas destacadas citam a crise do INSS, aumento da inflação e a taxação imposta pelos Estados Unidos.
Entre as notícias positivas apontadas, a ampliação dos programas sociais e a defesa da soberania tiveram maior menção. O programa Minha Casa Minha Vida mantém índice favorável, com 89% de aprovação. E 65% dos entrevistados consideram programas sociais como direitos, patamar superior aos 51% identificados em março.
Desde maio deste ano, a aprovação ao governo Lula vinha em trajetória de recuperação, mas estacionou em setembro. Felipe Nunes, diretor da Quaest, avalia que a interrupção desse movimento ocorreu quando “a percepção sobre a inflação de alimentos parou de melhorar”.
Nunes, citado pelo Poder 360, afirmou que Lula “também não conseguiu ainda mudar a percepção majoritária (61%) de que ele perdeu a conexão com o povo. Conhecido como o pai dos pobres, deixar de ter esse atributo pode ser fatal para o incumbente”.
“O movimento de recuperação iniciado em julho, após o tarifaço anunciado pelo presidente americano Donald Trump, perdeu força. Assim, a retomada da imagem presidencial não se consolidou”, explicou Nunes.