O Ministério da Defesa da Polônia anunciou nesta semana que investirá cerca de U$665 milhões (cerca de R$2,6 bilhões ou 2,4 bilhões de zlotys, moeda polonesa) na construção de três novas fábricas de munições, em meio ao crescente temor de uma possível invasão russa em território polonês.
O país, que tem liderado junto da Alemanha e do Reino Unido o esforço europeu para aumentar os investimentos em defesa desde o início da Guerra da Ucrânia.
De acordo com a agência de notícias Reuters, as novas instalações incluirão uma fábrica de projéteis de artilharia 155mm, cuja demanda aumentou significativamente desde o início do conflito na Europa, posto que os países europeus têm utilizado seus estoques para fornecer a defesa ucraniana.
A ideia do governo polonês é aumentar sua produção anual de projéteis para 150 mil unidades até 2028.
Além do investimento em estrutura e fabricação de material bélico, a Polônia também está prestes a concluir as negociações para a compra de um segundo lote de tanques K2 da Coréia do Sul, de acordo com informações da Defesa sul-coreana.
Enquanto o primeiro contrato se concentrava em veículos coreanos que poderiam ser fornecidos para proteger as fronteiras de forma ágil, segundo a Reuters este segundo lote deve conceder ao fabricante sul-coreano uma posição mais permanente na Europa, com o auxílio de empresas de defesa polonesas na montagem e implementação da frota.
Europa em alerta
No mês passado, o Reino Unido anunciou um investimento de £1,5 bilhão em novas instalações militares, com o objetivo de aumentar “massivamente” a produção de projéteis de artilharia e explosivos.
O aumento dos investimentos militares tem se tornado uma tendência entre países europeus desde o início da guerra na Ucrânia. Em março deste ano, a Alemanha anunciou seu maior plano de defesa desde a Segunda Guerra Mundial, estimado em cerca de 500 bilhões de euros.
Países do Leste Europeu que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), por sua vez, também adotaram medidas drásticas para tentar conter as ambições territoriais da Rússia: a instalação de milhões de minas terrestres ao longo de mais de 3.500 quilômetros de fronteira com o território russo e de Belarus.
A decisão, que já foi tomada por Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia, ocorre em meio ao temor de um possível avanço russo sobre a Europa, cenário que vem sendo analisado desde o começo da guerra do ditador Vladimir Putin contra a Ucrânia, desencadeada em 2022.