Dezenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas do Brasil neste domingo (3). Eles pediram o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e a queda do presidente Lula. Paralelamente, o PT anunciou a preparação para um futuro sem Lula como principal candidato. Além disso, uma nova pesquisa Datafolha revelou um empate técnico de Lula com Bolsonaro e Tarcísio nas intenções de voto para 2026.
Manifestações unem multidões contra Moraes e Lula
Milhares de pessoas lotaram a Avenida Paulista, em São Paulo, e outras capitais neste domingo (3). Os atos foram organizados pelo movimento “Reaja Brasil” e aconteceram em mais de 30 cidades. As principais bandeiras eram o impeachment de Moraes e a queda de Lula.
O ex-presidente Jair Bolsonaro não compareceu aos atos. Ele cumpre medidas cautelares impostas pela Justiça, que incluem uso de tornozeleira eletrônica e proibição de usar redes sociais. Lideranças da oposição comemoraram o grande número de participantes. O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto, disse ter visto a Paulista “muito lotada”.
A mobilização ganhou força após os Estados Unidos aplicarem sanções contra Moraes. A Lei Magnitsky — legislação americana que pune violadores de direitos humanos — impede o ministro de entrar em território americano. O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) comparou Moraes ao Primeiro Comando da Capital (PCC) por causa da sanção. O ministro também foi criticado por ter feito um gesto obsceno durante um jogo de futebol.
O deputado Marco Feliciano (PL-SP) destacou que a oposição podia dar voz a Bolsonaro. “Jair Bolsonaro não pode falar, mas nós podemos falar por ele”, declarou. Nikolas Ferreira (PL-MG) fez uma videochamada com Bolsonaro durante o ato. O deputado afirmou que Bolsonaro “não pode falar, mas pode ver”.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro liderou o protesto em Belém, no Pará. Ela celebrou o que chamou de “fim da censura” e a “reação às injustiças”. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o governador Claudio Castro (PL-RJ) participaram do ato em Copacabana, no Rio de Janeiro. Flávio classificou a sanção americana contra Moraes como “vergonha brasileira”.
Em Goiânia, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) declarou que “o tempo do medo acabou”. O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores, criticou a ausência de governadores considerados presidenciáveis. Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) justificou sua ausência alegando um procedimento médico. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), participou dos atos.
O cientista político Elias Tavares avalia que os governadores evitam “desgaste político”. Segundo ele, eles miram uma articulação de centro-direita para o futuro.
Oposição pressiona por anistia e impeachment no Congresso
Os manifestantes também pediram anistia para os presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Nikolas Ferreira pressionou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que coloque em votação o projeto de anistia. Motta foi vaiado na Paulista e chamado de “inimigo da nação” pelos manifestantes. Ele é acusado pela oposição de obstruir o projeto. Motta defendeu o diálogo e disse ser contra misturar diferentes pautas.
A oposição espera que a mobilização ajude a aprovar a anistia. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), cobrou a anistia como prioridade. Ele pediu que os partidos Progressistas e União Brasil se unam à oposição na votação.
Nikolas Ferreira anunciou que apresentará novo pedido de impeachment de Moraes. Ele cobrou que os senadores “expulsem” o ministro do STF. Uma nova manifestação está marcada para 7 de setembro, Dia da Independência. O partido Novo também participou dos atos.
VEJA TAMBÉM:
PT prepara sucessão de Lula e presidente fala sobre reeleição
Edinho Silva assumiu a presidência nacional do PT neste domingo (3). Ele destacou a necessidade de preparar o partido para um futuro sem Lula como candidato. Lula deve buscar a reeleição em 2026, o que seria seu último mandato político pelos limites da Constituição.
O PT não tem um nome forte para suceder Lula atualmente. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é apontado como sucessor natural. Edinho Silva defendeu que o “substituto” de Lula será o próprio PT organizado. Ele reconheceu o papel de Lula na reconstrução do partido após a Operação Lava Jato. A eleição de Edinho representa uma estratégia para ampliar o alcance político da sigla.
No mesmo dia dos protestos, Lula defendeu o retorno de políticos condenados por corrupção à vida pública. Ele citou José Dirceu, Delúbio Soares, João Vaccari Neto e José Genoino. As condenações deles na Lava Jato e no escândalo do Mensalão foram anuladas ou extintas pela Justiça.
Lula afirmou que sua candidatura à reeleição em 2026 dependerá de sua saúde. Ele disse não querer “passar pela mesma situação” que o presidente americano Joe Biden — que desistiu da disputa eleitoral por pressões sobre sua idade e capacidade.
O presidente também falou sobre o relacionamento com Donald Trump, que voltou à presidência dos Estados Unidos. Lula disse ter um “limite de briga” com os americanos. Trump impôs sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e alegou perseguição política contra Bolsonaro. Ele também criticou decisões “secretas” de Moraes. Lula reconheceu as dificuldades para dialogar com Trump.
Pesquisa Datafolha: Lula empata tecnicamente em 2026
Uma pesquisa do instituto Datafolha, divulgada no sábado (2), mostrou leve recuperação de Lula. Ele lidera o primeiro turno das eleições, mas empata tecnicamente no segundo turno. Os principais oponentes são Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Lula tem 47% das intenções de voto contra 43% de Bolsonaro — diferença dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais. Contra Tarcísio, Lula marca 45% e o governador paulista 41%, também um empate técnico. A pesquisa testou sete cenários diferentes para o primeiro turno. A metodologia ouviu 2.004 eleitores em 130 municípios do país.
Frase em destaque
“Jair Bolsonaro não pode falar, mas nós podemos falar por ele. Estamos representando os dois maiores políticos do Brasil: Jair e Eduardo Bolsonaro.”
Deputado Federal Marco Feliciano (PL-SP)
Este conteúdo foi produzido com auxílio de inteligência artificial, utilizando reportagens da Gazeta do Povo. O material passou por rigoroso processo de revisão e verificação factual para assegurar a precisão e conformidade com nossos padrões jornalísticos. Entre em contato para sugerir correções.