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DA EDITORIA
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) Dejair Silvestre dos Santos, sargento da Polícia Militar aposentado, por tentar atrapalhar a investigação da Polícia Federal sobre um esquema de venda de sentenças envolvendo o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves.
Segundo a denúncia, Dejair teria avisado Andreson sobre a chegada da Polícia Federal, que iria cumprir um mandado de busca e apreensão na casa do lobista, no começo de outubro. A Operação Sisamnes queria verificar se o lobista ainda precisava cumprir prisão domiciliar ou se poderia voltar para a cadeia.
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“De forma livre e consciente, Dejair atuou para atrapalhar a investigação que apura uma organização criminosa voltada à venda de decisões judiciais e ao uso indevido de informações sigilosas”, diz a denúncia, assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet e publicada pelo jornal Estadão.
Ainda de acordo com a PGR, ao avisar o lobista, Dejair tentou impedir a operação e permitir que provas fossem escondidas ou destruídas. Ele teria corrido para dentro da casa e escondido um celular no banheiro.
O sargento foi denunciado pelo crime de obstrução de investigação de organização criminosa, com pena prevista de três a oito anos de prisão. O processo está com o ministro Cristiano Zanin.
A defesa de Dejair, representada pelo advogado Lucas Curvo Figueiredo, negou a acusação:
“Dejair nega ter praticado qualquer ato para atrapalhar a investigação. Não há provas de que ele teve a intenção de obstruir o caso, e todas as ações atribuídas a ele serão esclarecidas no processo”, afirmou o advogado.
O caso faz parte de um esquema de venda de sentenças que veio à tona após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023, em Cuiabá, e que levou ao afastamento de desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e do Superior Tribunal de Justiça. A Polícia Militar de Mato Grosso informou que a Corregedoria vai abrir sindicância para apurar a conduta de Dejair.
