terça-feira , 18 novembro 2025
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PF suspeita de fraude de R$ 12 bilhões em títulos falsos do Banco Master

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta terça (18) que as investigações que levaram à prisão do banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, apontam uma suspeita de fraude de R$ 12 bilhões contra o sistema financeiro nacional.

A estimativa foi citada durante a participação dele em uma sessão da CPI do Crime Organizado no Senado. Ele afirmou que estava acordado desde a madrugada acompanhando a deflagração da Operação Compliance Zero contra Vorcaro e o Banco Regional de Brasília (BRB) que, em meados de março, fez uma oferta de compra de parte da instituição.

“Hoje, estou desde as 5 e pouco da manhã acordado, nós estamos fazendo uma operação importante, numa integração com o Banco Central e com o Coaf, e atuando em conjunto para um crime contra o sistema financeiro e que leva à monta que está sendo apurado de cerca de R$ 12 bilhões que envolvem esse crime que está em investigação com várias prisões”, afirmou.

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Segundo a Polícia Federal, a operação desta terça (18) resultou no bloqueio de R$ 12,2 bilhões em contas bancárias, quatro prisões preventivas e duas temporárias, e a apreensão de diversos carros de luxo, obras de arte, relógios e R$ 1,6 milhão em espécie na “casa de um dos investigados”, completou o diretor-geral da PF.

Segundo informações apuradas pela Gazeta do Povo com fontes a par das investigações, o BRB e o Master teriam negociado carteiras de crédito de terceiros sem lastro financeiro, em que o banco estatal repassou R$ 12 bilhões à instituição privada com a anuência do presidente Paulo Henrique Costa. Ele foi afastado do cargo durante a deflagração da operação.

A transação, de acordo com a apuração, teria ocorrido entre os meses de janeiro e maio deste ano, com outras negociações arriscadas realizadas desde 2024 sob ressalvas do Banco Central — a autoridade monetária decretou a liquidação extrajudicial do Master.

A PF afirma que os envolvidos podem responder pelos crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros, com penas de 3 a 12 anos de prisão.

Em nota à reportagem, o BRB informou que sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência e que prestou regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central sobre todas as operações relacionadas ao Banco Master. “A Instituição reafirma seu compromisso com a ética, a responsabilidade e a integridade na condução de suas atividades”, completou (veja na íntegra mais abaixo).

Já o Governo do Distrito Federal (GDF) afirmou que o BRB mantém a capacidade plena de operação com “total segurança administrativa e financeira” e disponibilização normal dos serviços. “Não há qualquer impacto estrutural na liquidez, na solvência ou na continuidade operacional da instituição”, completou em nota (veja na íntegra mais abaixo).

O GDF ainda afirmou que nomeou o servidor de carreira da Caixa, Celso Eloi de Souza Cavalhero, para a presidência do BRB no lugar de Costa.

Prisão e liquidação

Daniel Vorcaro foi preso na noite desta segunda (17), no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, ao tentar sair do país em um voo particular para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ele já vinha sendo monitorado pelas autoridades até ser interceptado, alegando que viajaria a negócios para vender o banco a um consórcio de empresários árabes encabeçado pelo grupo brasileiro Fictor. O banco receberia um aporte de R$ 3 bilhões.

A prisão ocorre logo após o Banco Central decretar a liquidação do Banco Master, menos de um dia após o Fictor anunciar interesse na compra. O comunicado da autoridade monetária ainda determina a indisponibilidade dos bens dos controladores e de ex-administradores do banco. Um mês antes, o órgão vetou uma oferta de compra de parte do Banco Master pelo BRB.

Entre os delitos apurados pela PF estão os de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa. A PF aponta para a fabricação de carteiras de crédito fraudulentas. Em outras palavras, o banco teria emitido e vendido papéis que não representavam valores reais.

Além dos mandados de prisão, a operação cumpre 25 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas Gerais, na Bahia e no Distrito Federal.

O que dizem os citados

Veja abaixo o que disse o BRB sobre a operação desta terça (18) que determinou o afastamento do presidente e o cumprimento de mandados de busca e apreensão:

O BRB reforça que sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central do Brasil sobre todas as operações relacionadas ao Banco Master.

O Banco informa, ainda, que nenhuma prisão foi realizada na manhã desta terça-feira (19). A decisão judicial que orienta a atuação da Polícia Federal nas dependências do Banco determina, exclusivamente, o afastamento temporário do presidente e do diretor financeiro pelo prazo de 60 dias.

A Instituição reafirma seu compromisso com a ética, a responsabilidade e a integridade na condução de suas atividades. O Banco segue operando normalmente, garantindo a continuidade integral dos serviços e preservando a segurança das operações, dos clientes, dos parceiros e de toda a sua estrutura operacional.

Veja abaixo o que disse o Governo do Distrito Federal sobre a operação:

O Governo do Distrito Federal, diante das decisões judiciais proferidas nesta terça-feira (18) que determinaram o afastamento temporário do presidente e do diretor financeiro do Banco de Brasília, reforça seu compromisso com a legalidade, a transparência e a plena colaboração com as autoridades responsáveis pelas investigacões.

O Governo do Distrito Federal reafirma que o BRB mantém sua capacidade plena de operação, com total segurança administrativa e financeira. Todas as rotinas bancárias, sistemas internos, serviços aos clientes, contratos vigentes, operações de crédito e compromissos institucionais seguem em funcionamento regular. Não há qualquer impacto estrutural na liquidez, na solvência ou na continuidade operacional da instituição.

O Governo do Distrito Federal, para assegurar a continuidade administrativa e financeira do BRB, indicou Celso Eloi de Souza Cavalhero para a presidência do banco. Servidor de carreira da Caixa Econômica Federal desde 1990 e atual superintendente da instituição em Brasília, Celso Eloi possui trajetória consistente em gestão financeira pública, análise de risco e governança, além de ampla experiência operacional no sistema bancário. Sua indicação será encaminhada à Câmara Legislativa do Distrito Federal, nos termos da Lei Orgânica.

O Governo do Distrito Federal informa, ainda, que medidas internas adicionais serão adotadas para reforçar os mecanismos de governança, compliance e controle interno. A administração pública distrital acompanhará de forma permanente as apurações e colaborará com todas as instâncias regulatórias e fiscalizatórias. O objetivo é assegurar a integridade dos processos, preservar o patrimônio público e fortalecer a confiança no sistema financeiro do Distrito Federal.

O Governo do Distrito Federal permanece comprometido com a estabilidade institucional do BRB e com a garantia de que todos os serviços prestados à população ocorrerão com regularidade, transparência e responsabilidade.

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