O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos-TO), foi preso nesta sexta (27), pela Polícia Federal, por suspeita de envolvimento em um esquema de vazamento de informações sigilosas de investigações em curso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A prisão é um dos três mandados de prisão preventiva que são cumpridos na 10ª fase da Operação Sisamnes, que investiga o vazamento e a venda de sentenças para proteger aliados e frustrar ações policiais. Fontes a par da investigação afirmam que Siqueira Campos teria feito ligações telefônicas vazando informações de operações que corriam em sigilo na Corte.
A Gazeta do Povo procurou a prefeitura de Palmas e o STJ e aguarda retorno.
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A Polícia Federal afirma que esta nova fase da operação tenta aprofundar as investigações do esquema que prejudicaria diretamente o andamento de ações. Além das prisões, também são cumpridos três de busca e apreensão e medidas cautelares autorizadas pelo ministro Cristiano Zanin, Supremo Tribunal Federal (STF), em Palmas.
“A apuração revelou indícios de que informações confidenciais estariam sendo antecipadamente acessadas, articuladas e repassadas a investigados, com o envolvimento de agentes públicos, advogados e operadores externos”, afirmou a PF em nota.
O grupo é suspeito de utilizar “dados sensíveis” para proteger aliados, “frustrar ações policiais e construir redes de influência”. Há indícios de que as informações eram acessadas de forma antecipada, manipuladas e repassadas a investigados, com a participação de agentes públicos, advogados e pessoas de fora das instituições.
Também são alvos desta fase da operação um policial civil e um advogado suspeitos de integrarem o esquema.
Segundo a PF, diálogos de Siqueira Campos apontam a existência de uma fonte que acessaria inquéritos e investigações dentro do STJ. No ano passado, uma operação chegou a ser frustrada por causa do vazamento de informações.
O prefeito de Palmas chegou a ser alvo de um pedido de prisão da PF, há um mês, por suspeita de envolvimento no esquema. No entanto, Zanin negou na época afirmando que não havia elementos suficientes para isso e autorizou apenas a busca e apreensão do telefone celular dele.
A perícia no aparelho apontou o vazamento de informações sigilosas, inclusive com documentos e avisos a alvos de operações da PF.
Há, ainda, a suspeita da existência de uma rede de financiamento com pagamento de propina para vazar as informações sigilosas.