O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou na segunda-feira (29) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deveria ir para a prisão se continuar apoiando o que chamou de “genocídio” de Israel na Faixa de Gaza.
“Se o senhor Trump continuar sendo cúmplice de um genocídio, como até o dia de hoje o é, não merece mais nada senão a prisão. E seu exército não deve obedecê-lo”, declarou Petro em uma reunião com ministros, em cuja mesa havia várias bandeiras palestinas.
Em seu discurso, Petro reiterou seu posicionamento de que “as Nações Unidas não têm por que continuar em Nova York” e considerou “uma estupidez do governo dos Estados Unidos” revogar seu visto.
“As Nações Unidas não podem se ajoelhar a um governo que está sendo cúmplice de genocídio. Então, atuemos, vamos ver se ficaremos sós ou não”, disse o mandatário colombiano, sem fazer menção alguma ao plano de paz de Trump para Gaza apresentado horas antes.
Na noite de sexta-feira (26), o Departamento de Estado americano informou que o presidente esquerdista teria seu visto cancelado após participar de um protesto pró-Palestina em Nova York no qual “instou os soldados americanos a desobedecerem a ordens e incitarem à violência”.
“Revogaremos o visto de Petro devido às suas ações imprudentes e incendiárias”, informou a chancelaria americana no X.
Em solidariedade a Petro, vários ministros do seu governo renunciaram ao visto americano; outros, assim como o presidente, tiveram seus documentos revogados por Washington.
Segundo Petro, “os Estados Unidos na realidade não reconhecem o direito internacional” porque não prenderam o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, quando este viajou a Nova York para discursar na Assembleia Geral da ONU.
O premiê israelense tem contra si um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), por acusações de crimes de guerra e contra a humanidade no conflito em Gaza, mas os Estados Unidos não reconhecem a jurisdição da corte e inclusive impuseram sanções contra o promotor e juízas do tribunal devido à ordem para prender Netanyahu.