O pesquisador sênior do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Leonardo Carvalho, cobrou do Estado a responsabilização dos autores e mandantes da morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes. “O Estado precisa através de trabalho de investigação e identificação, responsabilizar todos que participaram de forma ativa para essa execução do Doutor Ruy”, afirmou.
Ele comentou que, nos últimos anos, as facções criminosas estão diversificando seus campos de atuação. “Essa é a segunda execução que tem um modo muito parecido. Teve também o caso do Vinicius Gritzbach, em Guarulhos. Estes casos demonstram que não há preocupação em manter uma certa discrição. Pelo contrário, são ações que chamam a atenção pelo local, pela possibilidade da captação de imagens, da publicização, o que demonstra o emprego de técnicas”, acrescentou o especialista.
Carvalho acredita que este tipo de ação é proposital para dar um recado, para chamar a atenção das autoridades. Ele diz ainda que assassinatos desse tipo vêm se repetindo, com o emprego de armas de grosso calibre e com todos os indícios de que há um trabalho de planejamento prévio.
De acordo com o especialista, além destes dois casos emblemáticos de morte, há poucas semanas houve uma operação integrada das forças de segurança que culminou com a Faria Lima sendo alvo das operações, o que mostra a capilaridade dessas facções. “Quanto mais complexas essas facções vão se tornando, maior a sua incidência dentro do Estado”, avalia.
O Fórum de Segurança Pública divulgou uma nota manifestando profundo pesar pela morte do ex-delegado Rui Ferraz Fontes e destacando que ele foi um dos primeiros a investigar, identificar e responsabilizar chefes de facções criminosas.
Segundo a nota, “a morte do ex-delegado não pode ficar sem resposta das autoridades, que precisam agir de maneira enérgica, porém técnica.”