O partido Novo aposta em dissidências do PL para melhorar o desempenho nas eleições do ano que vem. Após ter registrado queda no número de representantes nos últimos ciclos eleitorais, a sigla mira insatisfeitos com partido do ex-presidente Jair Bolsonaro a fim de ter candidaturas competitivas para o Congresso pelas regiões Sul e Sudeste.
Em Santa Catarina, o Novo aguarda a filiação da deputada Caroline de Toni em função do racha no PL local, que se deu na esteira da decisão do vereador do Rio Carlos Bolsonaro de disputar o Senado por aquele estado. A parlamentar tem sinalizado a aliados que se vê “obrigada” a deixar o PL por falta de espaço na chapa majoritária.
A troca do PL pelo Novo já foi feita pelo deputado e ex-atleta olímpico Luiz Lima (RJ) em abril deste ano. O movimento foi descrito por ele como uma “volta para casa”, após ter divergências internas sobre a direção seguida pelo antigo partido.
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— Na época, conversei com o presidente Jair Bolsonaro e continuo muito grato a ele por ter me elegido deputado em 2022, mas agora estou satisfeito em estar no Novo por conta da coerência que o partido mantém como oposição ao governo Lula — disse o parlamentar, que disputará a reeleição.
Regresso
No ano passado, a mesma movimentação foi feita pelo deputado Ricardo Salles (SP), que voltou para o Novo quatro anos depois de ter sido expulso por assumir o comando do Ministério do Meio Ambiente na gestão Bolsonaro.
O que motivou a saída do PL foi ter sido preterido na disputa pela prefeitura de São Paulo em 2024. Naquele ano a legenda apoiou a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Salles anunciou o retorno ao Novo com o objetivo de concorrer ao Senado em 2026. Ele avalia, porém, disputar para governador, caso Tarcísio de Freitas (Republicanos) opte por se lançar à Presidência.
O Novo viu a bancada na Câmara ser reduzida de oito deputados para três entre 2018 e 2022. O partido perdeu acesso ao tempo de propaganda na TV e ao fundo partidário por não ter atingido a cláusula de barreira.
No ano que vem, a linha de corte será eleger ao menos 13 deputados federais distribuídos por um terço dos estados, ou obter 2,5% dos votos válidos para a Câmara, espalhados por um terço ou mais das unidades da federação, com um mínimo de 1,5% dos votos válidos em cada uma.
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No sentido oposto, o partido Missão, que recebeu na semana passada o aval do Tribunal Superior Eleitoral para ser formalizado, quer distância de nomes próximos a Bolsonaro.
— Essas pessoas querem expressar o bolsonarismo delas em outra legenda, e elas não vão poder fazer isso no nosso partido. Somos nem Lula, nem Bolsonaro. Aqui, elas teriam que construir um projeto novo dentro do campo da direita— disse o presidente do partido, Renan Santos.
Também desafiado pela cláusula de barreira, o Missão apostará na filiação de integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), como o deputado Kim Kataguiri (União-SP) e os vereadores paulistas Guto Silva (PSD) e Amanda Vettorazo (União).
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