A anistia ampla, que o PL quer, não tem chances de passar no Congresso e um dos motivos é que o projeto poderia recolocar o ex-presidente Jair Bolsonaro na disputa eleitoral do ano que vem, o que não interessa ao Centrão. A leitura é de Ricardo Ribeiro, analista político da 4Intelligence. “A maioria do Centrão prefere se alinhar a outro nome de oposição em 2026. O nome preferido seria o do Tarcísio de Freitas [governador de São Paulo],” afirma.
“Todo mundo sabe que o benefício muito amplo do Bolsonaro, capaz de reduzir drasticamente a condenação dele, tem pouquíssima chance de passar no Supremo, e também é reduzida de passar no Senado”, acrescenta.
A PEC da Blindagem e o projeto da anistia são duas iniciativas que fazem parte de um mesmo movimento de parlamentares bolsonaristas de responder ao STF e aos processos contra Bolsonaro e aos aliados e militantes punidos pela Corte.
Ribeiro acha crível a possibilidade de ter havido uma espécie de acordo entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), o Planalto e alguns ministros do STF.
O analista político acredita que o relator pode trabalhar uma versão mais light da anistia, na linha do que Alcolumbre vinha defendendo no Senado.
Sobre as chances de aprovação da anistia, Ribeiro aposta nesta possibilidade. Segundo ele, “a maior ou menor chance de aprovação de projetos no Congresso depende do interesse do Centrão. E o interesse do Centrão é aprovar uma anistia parcial ao Bolsonaro”, analisa.
“Seria uma proposta que poderia até, eventualmente, diminuir a pena dele, mas não torná-lo elegível”, afirma, definindo o que poderia ser aprovado como uma “anistia light”.
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