Países árabes e a Organização das Nações Unidas (ONU) condenaram nesta terça-feira (9) o ataque israelense em Doha, capital do Catar, que teve como alvo a liderança política do Hamas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a ofensiva como uma “flagrante violação da soberania e da integridade territorial do Catar” e afirmou que todas as partes envolvidas no conflito de Gaza devem “trabalhar para alcançar um cessar-fogo permanente, e não destruí-lo”.
A Liga Árabe, por meio do secretário-geral Ahmed Abulgueit, chamou a ação de “violação flagrante e completamente inaceitável”. O porta-voz da organização, Yamal Rushdi, acrescentou que os 22 países do bloco apoiam “qualquer medida” que Doha adote para proteger sua segurança.
“A conduta israelense se tornou uma violação de todas as normas internacionais e princípios do direito internacional, colocando uma firme responsabilidade sobre a comunidade internacional”, afirmou a nota oficial.
Entre os países árabes, a Arábia Saudita, por meio de seu príncipe-herdeiro Mohammed bin Salman, expressou solidariedade ao emir Sheikh Tamim Al Thani e classificou a ação de Israel como um “ato criminoso”. O governo saudita declarou ainda estar “mobilizando todas as suas capacidades” para apoiar Doha. Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Abdullah bin Zayed, também declarou “total solidariedade com o querido Catar”.
Na Jordânia, o chanceler Ayman Safadi disse que o ataque em Doha representa “uma ameaça séria à segurança do povo irmão do Catar” e reforçou que Israel “persistirá em sua brutalidade” caso o Conselho de Segurança da ONU não adote medidas concretas. Já o Kuwait denunciou que a ação israelense viola “todas as leis e normas internacionais” e pediu que o órgão assuma sua responsabilidade na manutenção da paz. O Iraque classificou a operação como um “ato covarde” e manifestou “apoio total” ao Catar.
Segundo a agência Reuters, fontes do Hamas disseram que a delegação política do grupo sobreviveu ao bombardeio, incluindo Khalil al-Hayya, negociador-chefe do grupo terrorista em Doha. Testemunhas relataram várias explosões na capital do Catar e colunas de fumaça negra nos arredores de um complexo residencial próximo a um posto de combustíveis.
O Exército israelense declarou que o ataque foi “preciso contra a liderança sênior do Hamas”. Israel ainda não confirmou quem foi eliminado durante este ataque.