A construção de um novo prédio residencial no Leblon reacendeu uma antiga tensão entre o avanço do mercado imobiliário e a resistência dos moradores à transformação de um dos bairros mais tradicionais do Rio.
O edifício Guilhem, da construtora Mozak, está no centro da polêmica: o projeto prevê 115 apartamentos compactos, de até 77 m², e é alvo de uma notícia-crime protocolada no Ministério Público por advogados que questionam a legalidade da obra. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.
O documento apresentado por advogados alega que o empreendimento teria sido iniciado sem a aprovação formal de órgãos públicos e sem o registro do memorial de incorporação em cartório.
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O caso, ainda em análise, pode se tornar símbolo de uma disputa mais ampla sobre os rumos da verticalização e do adensamento em áreas de alto padrão.
Um bairro dividido
Entre os moradores, o sentimento é de apreensão. Em ruas próximas ao canteiro de obras, cartazes estampam frases como “Leblon pede socorro” e “Querem destruir o Leblon”.
Para muitos, os novos empreendimentos com unidades menores, tendência que vem ganhando força em bairros nobres, ameaçam a identidade histórica e familiar da região.
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Do outro lado, incorporadoras e investidores defendem que o modelo representa modernização e inclusão, permitindo o acesso de novos perfis de moradores a áreas antes restritas a imóveis de alto custo.
Contraponto da construtora
Procurada pelo jornal, a Mozak afirma que a obra segue todas as normas legais e que as críticas revelam preconceito social contra a chegada de um novo público ao bairro.
“Alguns moradores têm se mobilizado contra o empreendimento com base em argumentos discriminatórios. A empresa lamenta que uma iniciativa que segue a legislação e valoriza a cidade esteja sendo alvo de ataques motivados por preconceito social e desinformação”, diz trecho de nota da construtora.
Novo Rio imobiliário
O conflito no Leblon reflete um movimento mais amplo que atravessa o mercado carioca: a expansão dos chamados prédios compactos, com empreendimentos de alto padrão, mas de unidades menores, voltados para investidores e jovens profissionais.
Nos últimos anos, esse modelo se espalhou por zonas como Ipanema, Lagoa e Jardim Botânico, impulsionado pela alta do metro quadrado e pela demanda por imóveis com serviços, tecnologia e localização privilegiada.
A resistência, no entanto, segue forte entre moradores que associam o movimento à perda do caráter comunitário e residencial desses bairros.
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