O Supremo Tribunal Federal (STF) prepara um dos maiores esquemas de segurança de sua história recente para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de participação em uma tentativa de golpe de Estado. O processo começa na próxima terça-feira (2) e se estende até o dia 12 de setembro, atravessando o feriado da Independência, data que já foi palco de tensões em anos anteriores.
As medidas consideram as experiências traumáticas dos últimos anos, em especial do 8 de janeiro de 2023, quando o prédio da Corte foi invadido e vandalizado por apoiadores de Bolsonaro. Também pesam no diagnóstico os eventos de setembro de 2021 e 2022, quando manifestantes romperam barreiras de segurança na Esplanada. A seguir, veja o que se sabe até agora sobre os planos.
Dormitórios no STF e reforço de outros estados
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o Supremo requisitou cerca de 30 policiais de tribunais de outros estados para reforçar a segurança durante o julgamento. Esses agentes, somados ao efetivo integral da Polícia Judicial do STF, estão escalados para atuar 24 horas por dia e já dormem em dormitórios improvisados dentro da sede da Corte, em Brasília.
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Além disso, o acesso à Praça dos Três Poderes será restrito, e varreduras de segurança estão sendo feitas nas casas dos ministros, numa medida incomum mesmo para julgamentos de alta repercussão.
Alerta máximo no feriado de 7 de Setembro
O julgamento se estende pelo feriado da Independência, tradicionalmente marcado por manifestações de grupos ligados à direita e ao bolsonarismo. O jornal O Globo informa que a data é considerada crítica por integrantes do STF, que enxergam nela um potencial para atos de contestação possivelmente violentos.
O Supremo avalia que o julgamento de Bolsonaro, somado à memória de episódios como a tentativa de invasão do tribunal em 2021, eleva o risco. Por isso, foi intensificada a articulação com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que atua em conjunto com o STF para definir as ações de monitoramento e contenção.
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Medidas no mês inteiro, e em ambiente digital
Informações da CNN Brasil apontam que o esquema especial de segurança deve durar até o fim de setembro, e ir além do físico, com a atenção redobrada à segurança cibernética, com monitoramento da deep web em busca de ameaças e possíveis tentativas de ataques virtuais contra os sistemas do STF.
Resposta rápida
A mobilização do STF, segundo jornais, inclui ainda atualização constante de análises de risco e protocolos de resposta rápida, reflete o temor de que manifestações se tornem violentas ou coordenadas com ataques digitais, como meio de tentar interferir no julgamento.