terça-feira , 26 agosto 2025
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O que é a Mão Morta, o sistema de contra-ataque nuclear russo do “Juízo Final”

Na semana passada, o ex-vice-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, despertou curiosidade mundial ao citar um termo numa resposta ao mandatário americano, Donald Trump: Mão Morta.

Depois que o presidente americano diminuiu para dez dias o prazo para que Moscou negocie um cessar-fogo com a Ucrânia, sob risco de aplicação de tarifas secundárias, Medvedev fez ameaças a Trump no Telegram.

“Quanto à conversa sobre as ‘economias mortas’ da Índia [que seria fortemente atingida pelas tarifas secundárias dos EUA] e da Rússia, e ‘entrar em território perigoso’ – talvez ele [Trump] devesse relembrar os seus filmes favoritos sobre ‘mortos-vivos’, e também lembrar-se de quão perigosa é a chamada ‘Mão Morta’”, escreveu Medvedev.

O termo Mão Morta é usado para designar um sistema automático russo, que seria capaz de responder com armas nucleares a um ataque desse tipo à Rússia mesmo que suas principais lideranças políticas e militares estivessem mortas.

Em artigo publicado em 2022, Blake Stilwell, ex-militar americano e editor do site especializado Military.com, explicou que a Mão Morta é o apelido dado no Ocidente ao sistema russo Perímetro.

Ao longo dos anos, muitas teorias sobre o funcionamento da Mão Morta (se seria semiautomático ou totalmente automático, por exemplo) foram especuladas, mas, segundo Stilwell, a descrição predominante é que se trata de um sistema de comando e controle que mede comunicações sobre frequências militares, níveis de radiação, pressão atmosférica, calor e perturbações sísmicas de curto prazo.

“Se a medição apontar para um ataque nuclear, o Perímetro inicia uma sequência que culminaria no disparo de todos os mísseis balísticos intercontinentais [ICBMs, na sigla em inglês] do arsenal soviético (hoje, russo)”, afirmou o especialista.

Nesse contexto, o Perímetro lançaria um foguete de comando, que percorreria toda a Rússia, equipado com uma ogiva de rádio capaz de transmitir ordens de lançamento para silos nucleares russos, mesmo se houvesse interferência de rádio.

O Perímetro entrou em operação em 1985 e, embora sua existência não tenha sido confirmada pela então União Soviética, o general Sergei Karakaev, comandante das Forças de Mísseis Estratégicos da Rússia, disse ao jornal Komsomolskaya Pravda em 2011 que o sistema existia e seria capaz de destruir os Estados Unidos em 30 minutos.

“Sim, o sistema Perímetro existe hoje. Está em serviço de combate. E quando houver necessidade de um ataque retaliatório, quando não houver como transmitir um sinal para alguma parte dos lançadores, esse comando pode vir desses foguetes do Perímetro”, disse Karakaev.

Agora, com a ameaça de Medvedev a Trump, o mundo teve a confirmação de que a Mão Morta ainda existe.

“Fazia parte da doutrina da Guerra Fria de destruição mútua assegurada, um meio de dissuadir ataques nucleares garantindo que o lado que iniciasse o primeiro ataque também fosse aniquilado”, escreveu Stilwell.

Considerando que a Rússia possui o maior arsenal nuclear do mundo – segundo dados da coalizão de ONGs Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares (Ican), o país tem 5.449 ogivas nucleares –, outro apelido tem sido usado no Ocidente para descrever a Mão Morta: Dispositivo do Juízo Final.

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