O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, advertiu nesta quarta-feira (9), em Washington, que nem o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nem ele estão dispostos a aceitar um acordo de paz em Gaza “a qualquer preço”.
O premiê israelense se reuniu na capital americana com senadores dos partidos Democrata e Republicano e disse à imprensa, antes do encontro, que está coordenado com Trump em seu objetivo de fazer com que “Gaza deixe de ser uma ameaça” e de conseguir o retorno dos reféns.
“Para alcançar este objetivo comum, temos uma estratégia conjunta. Não só temos uma estratégia comum, mas também táticas comuns. Isso não implica pressão nem coerção, mas plena coordenação. O presidente Trump quer um acordo, mas não a qualquer preço. Eu quero um acordo, mas não a qualquer preço”, afirmou.
Netanyahu enfatizou que seu país tem “requisitos de segurança” e destacou que nenhum dos dois busca a saída forçada dos palestinos da Faixa de Gaza.
“Se as pessoas querem sair de Gaza, deveriam ter o direito de fazê-lo e não ser mantidas sob a mira de uma arma pelo Hamas. […] Isso se chama liberdade de escolha. Nada mais do que isso, sem coerção ou saída forçada”, disse.
Após seu segundo encontro com Trump na terça-feira, à portas fechadas, o primeiro-ministro israelense havia ressaltado que seu país está determinado a alcançar todos os seus objetivos.
A visita está prevista para terminar nesta quinta-feira, embora a imprensa de Israel não descarte que ele a prolongue.
A agenda de Netanyahu na última quarta-feira incluiu uma reunião no Pentágono com o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, na qual o premiê agradeceu aos EUA pela chamada Operação Martelo da Meia-Noite, que bombardeou três instalações nucleares iranianas no final de junho.
Netanyahu chegou aos Estados Unidos na segunda-feira para discutir com o presidente americano um possível cessar-fogo de 60 dias na Faixa de Gaza, que serviria para negociar o fim definitivo do conflito.
Trump considerou nesta quarta-feira que um acordo para essa trégua pode ser fechado “nesta semana ou na próxima”. A Casa Branca havia mostrado até então confiança de que o pacto poderia ser alcançado até o final desta mesma semana.