O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 60 dias o inquérito que investiga o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O despacho, assinado nesta terça-feira (8), acolhe pedido da Polícia Federal, que argumentou haver diligências pendentes na apuração.
O inquérito foi instaurado a pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, para investigar se o parlamentar atuou para incitar o governo dos Estados Unidos a adotar medidas contra Moraes, especialmente após o ministro assumir papel central no julgamento da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro e na condução do inquérito das fake news.
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Eduardo está nos Estados Unidos desde março, quando pediu licença de 122 dias do mandato, alegando risco de prisão e perseguição política. A licença foi solicitada na mesma semana em que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), virou réu no STF por envolvimento na trama golpista.
Contexto internacional
A investigação ocorre em meio a uma escalada de tensão entre o Judiciário brasileiro e a ala bolsonarista, com interferência de atores internacionais. Na segunda-feira (7), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou as redes sociais para criticar o STF e defender Bolsonaro. Ele disse estar atento à “caça às bruxas” contra o ex-presidente, seus familiares e apoiadores.
A declaração gerou reações do governo brasileiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu com firmeza e classificou a manifestação como uma tentativa de interferência. “O Brasil é um país soberano e não aceitará tutelas externas”, declarou.