O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade nesta quinta-feira (28) a extensão da missão Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) somente até o final de 2026, quando começará sua retirada, que deverá ser concluída em um ano.
Durante essa transição de um ano, a UNIFIL terá a tarefa de garantir a segurança e os serviços para seu pessoal (pouco mais de 10.000 integrantes) enquanto eles se retiram. Também deverá “contribuir para a proteção de civis e para a entrega de assistência humanitária por meio de canais civis, dentro dos limites de sua capacidade”.
A resolução ainda obriga o governo israelense a se retirar para o sul da Linha Azul, a fronteira “de fato” entre os dois países, “incluindo as cinco posições que mantém em território libanês”.
O governo do Líbano havia solicitado uma renovação de um ano a partir de 1º de setembro – quando expira o mandato atual – e esperava uma renovação que seria seguida por outras, mas os EUA pressionaram para o fim de uma missão que, em sua opinião, já cumpriu seu objetivo.
De acordo com informações da agência EFE,a decisão de pôr fim a essa missão foi aprovada principalmente por pressão dos Estados Unidos.
Os EUA até tentaram limitar o último ano antes da retirada a apenas doze meses – ou seja, até 31 de agosto de 2026 – mas a França e outros membros do Conselho acharam que o governo libanês deveria ter mais tempo para preencher o vácuo deixado pela UNIFIL, e a Casa Branca cedeu a uma extensão de apenas mais quatro meses.
Israel celebra
Ainda nesta quinta-feira (28), o governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, enalteceu o fato de que a missão de paz para o Líbano terá seu encerramento no ano que vem, e classificou a UNIFIL como um “fracasso retumbante”.
“Ao longo dos anos, a UNIFIL fracassou totalmente em impedir o aumento contínuo das tropas do Hezbollah em sua área de operações”, disse o Ministério das Relações Exteriores de Israel, que critica a missão por considerá-la muito negligente em relação ao grupo xiita do Líbano.
“A decisão do Conselho de Segurança de realizar uma retirada ordenada e gradual da força é correta e contribuirá para a estabilidade regional”, disse o ministério em um comunicado, enfatizando que “o governo libanês tem a responsabilidade de aproveitar essa oportunidade histórica e exercer plenamente sua soberania”.
Israel também agradeceu aos EUA e ao secretário de Estado americano, Marco Rubio, “cujo apoio foi fundamental para alcançar esse resultado”.