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O ministro Celso Sabino, do Turismo, minimizou as críticas aos altos preços cobrados por hotéis de Belém (PA) durante a realização da COP 30, marcada para novembro. As críticas se intensificaram no mês passado após um grupo de países protestar contra os custos das hospedagens, e sugeriu a transferência da cúpula para outra cidade com maior capacidade de receber as delegações.
Segundo o ministro, os casos de tarifas abusivas são pontuais e estão sendo superdimensionados por algumas delegações internacionais.
“Existem absurdos, claro, mas não é a regra geral. A regra geral é que teremos quartos de várias faixas de preços, de R$ 300 a R$ 10 mil ou R$ 12 mil a noite em hotéis seis estrelas, para atender a todos os tipos de público”, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo publicada nesta sexta (8).
Celso Sabino ainda comparou a alta procura por hospedagem em Belém durante a COP 30 ao show da cantora Lady Gaga em maio, no Rio de Janeiro, em que os preços também subiram no fim de semana da apresentação.
“Existe um acordo com a rede hoteleira, de ter 10% a 20% dos quartos disponíveis com diária até US$ 300. Claro que a demanda está alta, é como o show da Lady Gaga na praia de Copacabana”, emendou.
A explicação de Sabino, no entanto, não condiz com o reconhecimento feito pelo próprio presidente da cúpula recentemente, André Corrêa do Lago, que “de fato, os preços de Belém estão completamente abusivos, mais de dez vezes e até 15 vezes, em vários casos, o valor que os hotéis normalmente cobram”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escalou Sabino para liderar a reação às críticas pelos altos preços das hospedagens. O ministro refutou qualquer chance da COP 30 ser transferida para outra cidade.
“Nós estamos trabalhando para que não haja nenhum argumento para tentar dividir ou esvaziar a COP. Fazer em Belém é nosso plano A e fazer em Belém é nosso plano B”, garantiu.
No começo desta semana, o presidente da Áustria, Alexander van der Bellen, cancelou a participação na COP 30 por conta dos custos em Belém. A decisão, disse em comunicado, foi motivada pela “disciplina orçamentária” exigida pelo governo austríaco.
Sabino, no entanto, relativizou a falta de Bellen e afirmou que “o presidente não vem, mas haverá uma delegação de ministros da Áustria que virá”.
Na tentativa de contornar o problema, o governo anunciou a liberação de centenas de quartos adicionais nas próximas semanas em novas unidades hoteleiras em construção e a chegada de dois navios de cruzeiro, que serão ancorados para oferecer hospedagem extra durante a conferência.
“Estamos impulsionando há quase dois anos a construção de novos hotéis e a ampliação de leitos. Liberamos através do Fungetur R$ 382 milhões para esses fins, recurso que os empresários devolvem a um juro de 8% ao ano, com carência e prazo de pagamento ampliado”, explicou o ministro.
Ainda de acordo com ele, uma nova plataforma digital foi lançada para facilitar o acesso às reservas, o que ajudará a ampliar a transparência e oferecerá mais opções de preço. Sabino informou que foi feito um acordo com a rede hoteleira para oferecer de 10% a 20% dos quartos disponíveis com diárias até US$ 300.
O ministro também argumentou que a ausência de algumas delegações é comum em cúpulas do clima e não deve ser atribuída unicamente à questão das hospedagens. “Muitas delegações não quiseram ir para as COPs de Dubai, de Baku, de Sharm el Sheikh, por exemplo”, completou.
