Militantes ocuparam na manhã desta quinta-feira (3) o edifício Faria Lima 3500, sede do banco de investimentos Itaú BBA, em São Paulo. A ação foi organizada pela Frente Povo Sem Medo, que reúne movimentos sociais, sindicatos e lideranças políticas ligadas à esquerda, como o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).
Com faixas que traziam mensagens como “O povo não vai pagar a conta” e “Taxação dos super-ricos já”, cerca de 300 manifestantes protestaram contra o que classificam como desequilíbrio no sistema tributário brasileiro. O grupo cobra a inclusão de milionários na base do imposto de renda e a isenção para quem recebe até R$ 5 mil por mês.
A Frente Povo Sem Medo afirmou que a ocupação é um alerta ao Congresso Nacional, em meio às discussões sobre a segunda etapa da reforma tributária. “Já passou da hora de taxar os super-ricos e isentar quem ganha até R$ 5 mil de imposto de renda. O povo vai cobrar nas ruas”, diz o texto.
Crítica ao sistema
A escolha do prédio do Itaú BBA, adquirido por cerca de R$ 1,5 bilhão em janeiro de 2024, foi simbólica, segundo os organizadores. O objetivo seria denunciar a disparidade entre os ganhos do setor financeiro e a carga tributária enfrentada pela população de baixa renda.
“Não é somente uma ação simbólica, é uma denúncia clara: os donos do Itaú, que compraram esse prédio por R$ 1,5 bilhão, pagam menos imposto que a maioria esmagadora do nosso povo, que luta para pagar aluguel e comer”, afirmou o movimento.
A Frente Povo Sem Medo convocou um novo protesto para o dia 10 de julho, na Avenida Paulista. Segundo o grupo, o ato será “contra esse Congresso inimigo do povo” e deve contar com a presença de parlamentares e organizações sindicais.
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A manifestação ocorre em meio às tensões políticas que cercam a tramitação da reforma do imposto de renda e a resistência de setores do Legislativo à elevação da carga tributária sobre os mais ricos.