O regime da Venezuela, liderado pelo ditador Nicolás Maduro, ordenou a prisão do ativista de direitos humanos Pedro Hernández e de quatro membros de sua família no estado de Yaracuy.
A denúncia sobre a prisão foi feita nesta quinta-feira (18) pelo partido opositor Vente Venezuela, da líder María Corina Machado. Segundo a legenda, Hernández foi detido na terça-feira (16) pela Polícia Nacional Bolivariana (PNB), e no dia seguinte foram levados seu pai, sua esposa, um irmão e um primo.
De acordo com a nota divulgada pelo Comitê de Direitos Humanos do Vente Venezuela, os familiares, esposa, pai, irmão e primo de Hernández foram presos após irem ao Comando Nacional de Combate ao Sequestro (Conas) para pedir informações sobre o paradeiro do ativista.
“No dia 17 de setembro, familiares foram à sede do Conas de San Felipe para solicitar informações, ficando também detidos arbitrariamente seu pai, Pedro Hernández Serrano; sua esposa, Natalia Álvarez; seu irmão, Daniel Enrique Hernández; e seu primo, que ainda atuava como advogado defensor, José Hernández”, informou a organização.
A legenda relatou ainda que a mãe de Hernández permaneceu do lado de fora, dentro do carro com a neta de apenas cinco meses, quando foi ameaçada por agentes armados do Conas.
“Alertamos a comunidade internacional desta nova aplicação do método Sippenhaft contra cinco membros de uma família inocente, da qual se desconhece o paradeiro e a integridade física”, acrescentou o partido opositor.
O Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) classificou os episódios como violações diretas à Constituição e destacou a gravidade de separar uma bebê de seus pais.
“Separar uma bebê de cinco meses de seus pais é uma crueldade injustificável e um reflexo do desprezo absoluto do regime pela dignidade humana”, afirmou a entidade em comunicado.
Segundo a ONG Espacio Público, o caso se soma a uma série de detenções e desaparecimentos forçados contra defensores de direitos humanos após as eleições presidenciais fraudadas de julho de 2024.
Pedro Hernández é psicólogo formado pela Universidade Yacambú, cofundador do Observatório de Direitos Humanos da instituição e atual diretor da ONG Campo, que atua na defesa de agricultores e comunidades rurais. Ele já havia denunciado perseguições anteriores, incluindo uma detenção em 2016 e ameaças em 2020.