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“Fiz uma frase mal colocada”, postou o presidente Lula (PT), após dizer a jornalistas que “os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também.” A declaração ocorreu na Indonésia, nessa quinta-feira (23). Se antes o petista opinava que “é preciso que a gente tenha mais cuidado no combate à droga“, agora alega que “meu posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado.”
Após a repercussão negativa de sua fala, Lula argumentou que “mais importante do que as palavras são as ações que o meu governo vem realizando”. Para tentar embasar sua defesa, fala, por exemplo, da PEC da Segurança Pública. A medida é alvo de críticas dos estados por centralizar a gestão do combate ao crime na União. Isso, de acordo com os críticos, poderia dificultar o enfrentamento às peculiaridades da criminalidade em cada região.
Durante a agenda na Indonésia, Lula comentou a ação dos Estados Unidos no Caribe, sobretudo a explosão de um barco que, de acordo com o governo americano, estaria carregado de drogas. Questionado, o presidente disse que, em vez de matar, seria necessário prender e julgar os envolvidos. Ele acrescentou que o combate ao narcotráfico, atualmente, cria uma “batalha do bem contra o mal”. O posicionamento, no entanto, mudou de tom em seu recuo: “continuaremos firmes no enfrentamento ao tráfico de drogas e ao crime organizado.”
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Embora tenha recuado, Lula já era alvo de críticas antes de chamar traficantes de vítimas dos usuários. O alinhamento do presidente com a Venezuela, considerada pelos Estados Unidos como um narcoestado, gera desconforto nas relações entre os países.
Seu partido, o PT, divulgou nota em defesa da ditadura de Nicolás Maduro, contra suposta tentativa americana de interferir na soberania do país. Como reforço à defesa de Maduro contra a suposta ameaça, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciou o envio de integrantes à Venezuela. O intuito seria, de acordo com o próprio MST, auxiliar em um possível confronto entre Venezuela e Estados Unidos.
Ministro da Secom diz que Lula “se atrapalhou”
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, afirmou que Lula “se atrapalhou” ao dar a declaração. Em entrevista ao jornal O Globo, Sidônio disse que o petista “não pensa isso”.
“Ele se atrapalhou na forma de falar. Não existe isso de vítima. O presidente não pensa isso. Ele queria dizer que não tem como excetuar ninguém disso, todo mundo tem responsabilidade, foi uma palavra mal colocada”, afirmou o ministro.
A Secom tenta contornar a crise criada por Lula no momento em que ele registra uma melhora nas pesquisas para as eleições de 2026. Mais cedo, a pesquisa AtlasIntel/Bloomberg mostrou que o presidente venceria a disputa em todos os cenários apresentados. Além disso, a avaliação positiva sobre o petista superou numericamente a negativa.
Nesta quinta-feira (24), Lula confirmou que tentará a reeleição no ano que vem. “Eu quero dizer que vou completar 80 anos. Pode ter certeza que estou com a mesma energia de quando eu tinha 30 anos de idade. E vou disputar um quarto mandato no Brasil. Esse meu mandato só termina em 2026, no final do ano. Mas eu estou preparado para disputar outras eleições”, disse.
