sábado , 12 julho 2025
💵 DÓLAR: Carregando... | 💶 EURO: Carregando... | 💷 LIBRA: Carregando...

Lula publica artigo contra tarifas de Trump em jornais de 8 países

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou nesta quinta-feira (10) um artigo em jornais de pelo menos oito países criticando tarifas unilaterais, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros. Apesar de não citar Trump, Lula afirmou que o tarifaço gera “uma espiral de preços altos” e a “estagnação do crescimento” da economia global.

“A lei do mais forte também ameaça o sistema multilateral de comércio. Tarifas abrangentes corrompem as cadeias de valor e empurram a economia global para uma espiral de preços altos e estagnação”, disse o petista no texto publicado em inglês.

O artigo foi publicado por jornais como The Guardian (Reino Unido), Le Monde (França), El País (Espanha), Corriere Della Sera (Itália), Der Spiegel (Alemanha) e Clarín (Argentina). Além disso, o texto também foi divulgado em veículos de comunicação na China e no Japão.

VEJA TAMBÉM:

O mandatário afirmou que a Organização Mundial do Comércio (OMC) foi esvaziada, destacando que “ninguém se lembra da Rodada de Desenvolvimento de Doha”, série de negociações comerciais multilaterais lançada pela OMC em 2001 para facilitar o comércio internacional de países em desenvolvimento.

Para ele, o colapso financeiro de 2008 expôs o fracasso da globalização neoliberal, mas o mundo permaneceu preso ao manual da austeridade e a escolha de resgatar os super-ricos e as grandes corporações às custas dos cidadãos comuns e das pequenas empresas aprofundou a desigualdade.

“A ‘nova ordem mundial’ dos últimos 35 anos está sendo demolida diante de nossos olhos. O estrangulamento da capacidade de ação do Estado levou à desconfiança pública nas instituições. O descontentamento tornou-se um terreno fértil para narrativas extremistas que ameaçam a democracia e promovem o ódio como projeto político”, destacou.

Crise do multilateralismo

Lula voltou a criticar a Organização das Nações Unidas (ONU) e a falta de uma liderança coletiva para contornar a crise do multilateralismo. Ele argumentou que a “nossa existência é compartilhada” e, por isso, “nenhuma muralha é alta o suficiente para preservar ilhas de paz e prosperidade cercadas por violência e miséria”.

“Se as organizações internacionais parecem ineficazes, é porque sua estrutura não reflete mais a realidade atual. Ações unilaterais e excludentes são agravadas pela ausência de uma liderança coletiva. A solução para a crise do multilateralismo não é abandoná-lo, mas reconstruí-lo em bases mais justas e inclusivas”, enfatizou.

O presidente afirmou que a vocação do Brasil sempre foi a de fomentar a colaboração entre as nações para buscar consenso mesmo em cenários adversos.

“Há uma necessidade urgente de reafirmar o compromisso com a diplomacia e reconstruir os fundamentos de um verdadeiro multilateralismo – um capaz de responder ao clamor de uma humanidade temerosa por seu futuro. Somente assim poderemos parar de assistir passivamente ao aumento da desigualdade, à insensatez da guerra e à destruição de nosso próprio planeta”, disse.

Lula diz que a “ordem internacional” construída pela ONU entrou em colapso

Lula afirmou que 2025 pode ser o ano “em que a ordem internacional construída desde 1945”, com a criação da ONU, “entrou em colapso”. Para o presidente, “as rachaduras eram visíveis há muito tempo”.

“Desde as invasões do Iraque e Afeganistão, a intervenção na Líbia e a guerra na Ucrânia, alguns membros permanentes do Conselho de Segurança banalizaram o uso ilegal da força”, criticou.

O chefe do Executivo voltou a criticar o que classificou como genocídio na Faixa de Gaza em meio ao conflito com Israel. “A incapacidade de superar as diferenças está alimentando uma nova escalada de violência no Oriente Médio, cujo capítulo mais recente inclui o ataque ao Irã”, disse.

Ele ressaltou que os países mais ricos têm uma responsabilidade histórica pelas emissões de carbono, no entanto, os mais pobres são os que mais sofrerão com a crise climática.

“Ataques a instituições internacionais ignoram os benefícios concretos que o sistema multilateral trouxe para a vida das pessoas. Se a varíola foi erradicada, a camada de ozônio preservada e os direitos trabalhistas ainda protegidos em grande parte do mundo, é graças aos esforços dessas instituições”, diz o artigo.

fonte

Verifique também

Homem é preso no Texas após fazer ameaça a Trump nas redes sociais: “não vou errar”

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ, na sigla em inglês) informou nesta sexta-feira …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *