O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta (9) que seus “possíveis adversários” devem “estar mais preocupados” do que ele sobre uma eventual candidatura à reeleição em 2026. A afirmação foi dada pouco depois da Quaest divulgar uma nova pesquisa de intenção de votos que o mostra liderando todos os cenários de primeiro e segundo turno contra nomes da oposição.
Lula vem dando sinais cada vez mais claros de que deve disputar um quarto mandato à presidência da República, e afirmou que pode realmente se candidatar se tiver condições como as que têm neste momento.
“Se eu estiver do jeito que estou, sinceramente, serei candidato a presidente da República para ganhar as eleições. Porquê tenho certeza que os nossos possíveis adversários devem estar muito mais preocupados do que eu. Eles sabem que vai ser difícil derrotar a gente na eleição”, afirmou em entrevista à rádio Piatã FM, da Bahia.
Um pouco antes, Lula foi questionado sobre a derrota que sofreu na Câmara dos Deputados nesta quarta (8), em que os deputados enterraram a “PEC da Taxação” que previa o aumento de vários tributos para o governo conseguir fechar as contas no ano que vem. Com isso, a equipe econômica deixa de arrecadar em torno de R$ 17 bilhões – a proposta original, que previa R$ 17 bilhões, foi desidratada em um acordo que, diz o governo, foi descumprido pelo centrão.
“É engraçado que o povo trabalhador paga 27,5% de imposto de renda do seu salário, e os ricos não querem pagar 12%, não querem pagar 18%. Então eles acham que ontem derrotaram o governo. Não derrotaram o governo. Derrotaram o povo brasileiro”, frisou.
O presidente petista citou ainda, como um sinal de que disputará a reeleição, que seu governo vem montando um projeto econômico não apenas para 2026, mas para “os próximos cinco anos”, o que coincide com um novo mandato na presidência da República. Ele também repetiu o discurso de que iniciou esta terceira gestão com os ministérios desmontados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que passou os dois primeiros anos reconstruindo as suas políticas públicas.
A nova pesquisa da Quaest mostra Lula com 9 pontos à frente de Bolsonaro em uma eventual disputa em 2026, embora o ex-presidente siga inelegível e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão por supostamente liderar uma tentativa de golpe de Estado. O petista está, ainda, 15 pontos à frente da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), 21 de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e 23 de Ratinho Jr. (PSD-PR).
No entanto, os candidatos da família Bolsonaro (incluindo o deputado federal Eduardo Bolsonaro) ganharam pontos nesta nova pesquisa em eventuais disputas de segundo turno, enquanto que Lula teve uma leve redução.