O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou a defesa por uma solução pacífica e diplomática para a crise na Venezuela durante a conversa telefônica que manteve com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última segunda-feira (6).
O diálogo, que durou cerca de 30 minutos, também abordou temas comerciais e a recente sobretaxa imposta por Washington a produtos brasileiros.
Segundo informações apuradas pela Folha de S.Paulo, Lula afirmo que Brasil e EUA devem tratar do tema venezuelano “no momento oportuno” e destacou que qualquer tentativa de resolução deve ocorrer por meio do diálogo — não pela força.
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O presidente também reiterou que o governo brasileiro cobrou de Caracas a divulgação das atas eleitorais do pleito de 2024, ainda não apresentadas pelo regime chavista.
Segundo o jornal, Lula teria dito a Trump que não mantém contato com Nicolás Maduro desde as eleições contestadas, nas quais o líder venezuelano garantiu um novo mandato sob acusações de fraude. O petista reforçou que o Brasil defende uma transição negociada e democrática, sem rupturas institucionais ou intervenções externas.
O tema voltou ao centro das atenções nesta sexta-feira (10), após o Comitê do Nobel da Paz premiar María Corina Machado, principal opositora de Maduro, impedida de disputar as eleições no ano passado.
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O reconhecimento à política venezuelana deve ampliar a pressão internacional sobre o regime, especialmente num momento em que os EUA reforçam a retórica contra o chavismo.
Os norte-americanos ampliaram recentemente a presença militar no Caribe, após declarar cartéis venezuelanos como organizações terroristas. Quatro embarcações suspeitas de tráfico foram destruídas em ações navais, o que Caracas chamou de “ato de agressão”.
Maduro acusa Washington de usar o combate ao narcotráfico como justificativa para ameaçar a soberania venezuelana e explorar suas reservas de petróleo.
Em discursos recentes, Lula tem reiterado sua oposição a esse tipo de escalada. Na Assembleia-Geral da ONU, o presidente brasileiro criticou o uso da força em operações fora de contextos de guerra e alertou para as “consequências humanitárias irreversíveis” de intervenções armadas.
A expectativa agora é de que os diplomatas dos dois países incluam o tema sobre a Venezuela nas conversas bilaterais que surgiram após o telefonema entre Lula e Trump.