O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acentuou o tom eleitoral ao lançar o programa Gás do Povo nesta quarta-feira, em Belo Horizonte. A um ano da campanha de 2026, ele inaugurou uma iniciativa que visa garantir a compra de botijões de 13 kg para 15,5 milhões de famílias de baixa renda. Ao discursar, Lula disse que está correndo como “carro de Fórmula 1” e que governa para os mais pobres e para a classe média baixa.
— O governo tem que ajudar aqueles que precisam, que não tiveram chance de estudar, que não tiveram oportunidade. É para esses que a gente tem que governar, não é para aqueles ricos, é para os pobres que temos que governar. E para a classe média baixa também, para pessoas que ganham R$ 8 mil, R$ 10 mil, R$ 12 mil. Os ricos não precisam do país — afirmou.
O Gás do Povo será pago a inscritos no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) com renda mensal per capita (por pessoa da casa) de até meio salário mínimo (R$ 759). As famílias de baixa renda vão receber um voucher exclusivo para a compra de gás em pontos de revenda credenciados. Os primeiros vouchers devem ser emitidos entre novembro e dezembro. A distribuição do benefício também levará em conta o tamanho das famílias, ou seja, quanto maior o núcleo familiar, maior será o número de botijões distribuídos ao longo do ano.
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O programa mira especialmente mulheres, moradores do Nordeste e aqueles com renda de até dois salários mínimos, os públicos que ajudaram Lula a melhorar sua popularidade, de acordo com a pesquisa Quaest de agosto. O petista elevou sua aprovação entre os mais pobres; o governo tem 55% de aprovação e 40% de reprovação. Na pesquisa de julho, a Quaest mostrou um empate técnico nessa faixa. Em Belo Horizonte, Lula afirmou que ainda fará “muitos anúncios”, mas disse que seu governo trata com “carinho” a população mais vulnerável.
— Esse coração funciona como coração de mãe, uma mãe pode ter dez filhos, gosta de todos e ama todos, mas se tiver um fragilizado é o que vai tratar com mais carinho. Eu tenho um coração de mãe.
Lula lembrou ainda que completa 80 anos no final de outubro, mas disse que está um “meninão” e correndo como “carro de Fórmula 1”.
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— Vou fazer 80 anos, mas estou parecendo um jovem de 30. A Janja vir me elogiar não foi à toa. O meninão aqui… estou a 180 por hora, estou que nem carro de Fórmula 1. Sabe por que estou assim? Porque tenho uma causa. Vocês são a minha causa.
O novo programa será implantado gradativamente, substituindo aos poucos o atual Auxílio Gás. A expectativa é que sejam distribuídos 65 milhões de botijões por ano.
Lula já havia intensificado o tom eleitoral na reunião ministerial da semana passada, quando cobrou ministros a saírem em defesa do governo. Integrantes do primeiro escalão foram orientados a fazer comparações com a administração de Jair Bolsonaro. Além disso, Lula projetou que um dos seus adversários será o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.