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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (12) que há um “clima de raiva no ar” no Congresso Nacional. Ele criticou parlamentares que utilizam as redes sociais “para falar bobagem”.
Sem citar nomes, a declaração foi feita durante um evento em Mariana (MG), terra natal do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que, um dia antes, protagonizou um bate-boca com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Tem deputado que não quer falar, ele só quer pegar o celular, olhar na cara dele, falar uma bobagem e passar para frente”, disse Lula, criticando a atuação parlamentar baseada nas redes sociais.
A declaração ocorre em meio à crescente tensão entre o Executivo e a ala bolsonarista da Câmara, intensificada após a audiência pública com o ministro Fernando Haddad nesta quarta-feira (11).
Durante a sessão, os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) interromperam os trabalhos e deixaram a sala antes de ouvir a resposta do ministro.
“É só para aparecer. A pessoa fala: ‘Agora eu sou um deputado pra valer, vou falar sério com o senhor’. E aí sai correndo daqui, não quer ouvir a explicação. Esse tipo de atitude não é boa”, reagiu Haddad, classificando a ação dos parlamentares como “molecagem”.
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Lula também lamentou o que chamou de “desconforto entre a humanidade” e associou esse ambiente à disseminação de mentiras nas redes. “Há muita intriga, muito ódio, muito xingamento. Mesmo na Câmara, o clima é muito ruim”, declarou. “As pessoas estão aprendendo a viver de mentiras. Todo mundo aqui sabe: a verdade engatinha, a mentira voa.”
Crítico frequente das redes sociais, Lula vê nelas um terreno fértil para o avanço da desinformação, especialmente entre figuras com grande influência digital, como Nikolas.
Em janeiro, o deputado viralizou ao acusar o governo de querer taxar o Pix — o que foi desmentido pela Fazenda, mas contribuiu para alimentar a crise de imagem enfrentada pela equipe econômica após a publicação de um decreto técnico.
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O discurso do presidente foi feito durante a cerimônia de formalização dos acordos de reparação pelo rompimento da barragem da Samarco, ocorrido em 2015, também em Mariana.
Em meio ao tema ambiental e social, Lula aproveitou para fazer críticas mais amplas ao ambiente político, acirrando os embates com setores da oposição mais radicalizados.
