O jurista Ives Gandra da Silva Martins defendeu, em vídeo publicado nas suas redes sociais, a necessidade de a direita brasileira buscar um nome alternativo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a disputa presidencial de 2026. Segundo Gandra, embora considere Bolsonaro o candidato ideal sob o ponto de vista conservador, a inelegibilidade imposta pela Justiça Eleitoral inviabiliza sua participação no pleito, exigindo que o campo conservador se reorganize com urgência.
Durante sua fala, o jurista elogiou o ex-presidente Michel Temer pela tentativa de articular um candidato conservador capaz de enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima eleição. Para Gandra, seria fundamental a construção de um pacto de não agressão entre os nomes da direita e centro-direita, de modo que, independentemente de quem avançasse ao segundo turno, recebesse o apoio imediato dos demais.
“O candidato ideal seria o ex-presidente Bolsonaro, mas ele está inelegível. O TSE e o Supremo assim decidiram, e não vejo perspectiva de reversão dessa decisão”, afirmou o jurista, ressaltando que, em sua visão, Bolsonaro não deveria ter sido condenado, mas que a decisão da Justiça deve prevalecer em respeito às instituições democráticas.
Gandra recordou o pleito de 2018, quando Lula, também inelegível, tentou transferir sua popularidade para Fernando Haddad poucas semanas antes das eleições, estratégia que, segundo ele, resultou na “expressiva vitória de Bolsonaro”. Para evitar erro semelhante, o jurista defende que a direita nacionalize desde já um nome capaz de disputar em condições de igualdade.
Para Gandra, candidato da direita precisa ter nome nacionalizado desde já
Entre os possíveis candidatos, Gandra citou os governadores de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Goiás Ronaldo Caiado (União), de Minas Gerais Romeu Zema (Novo), do Paraná Ratinho Júnior (PSD) e do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSD), reconhecendo, no entanto, que todos possuem influência ainda restrita a seus estados de origem. “Para vencer uma eleição presidencial, é preciso que o candidato tenha um nome nacionalizado e comece a trabalhar isso desde agora”, disse.
O jurista também sinalizou apoio à ideia de uma candidatura moderada, que busque a pacificação política e evite os extremos. Ele sugeriu ainda, a possibilidade de composição com nomes ligados ao clã Bolsonaro, como Michelle Bolsonaro, eventualmente na vice-presidência, para agregar forças e ampliar o espectro eleitoral.
Sobre a atual conjuntura, Gandra criticou a condução econômica do governo Lula, apontando descontrole fiscal, inflação acima da meta e juros elevados como fatores que comprometem a estabilidade e a credibilidade do país no cenário internacional. “O presidente Lula é carismático, mas está desgastado por uma política econômica suicida, gastando sem recursos e comprometendo a credibilidade nacional”, observou.
Ao concluir, Ives Gandra reforçou que sua posição não é de oposição pessoal a Jair Bolsonaro, mas sim de reconhecimento do cenário jurídico e político vigente. “Enquanto ele disser que é candidato, os bons nomes regionais não conseguirão se nacionalizar. Precisamos, urgentemente, de uma alternativa conservadora e moderada para pacificar o país”, concluiu.