Brasília, a capital federal, terá um megaesquema de segurança a partir desta terça-feira, dia 2 de setembro, por conta do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados do suposto golpe de Estado, no Supremo Tribunal Federal (STF). A segurança será reforçada por meio de operação integrada entre a Polícia Judicial do STF e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF).
A Polícia Federal entrará com cães farejadores todos os dias no STF, às 6h da manhã, a partir da próxima terça. O monitoramento será feito com equipamentos de última geração, incluindo drones com imagem térmica, capazes de realizar varreduras diurnas e noturnas, garantindo vigilância contínua do perímetro.
A Praça dos Três Poderes será fechada com grades. Agentes de segurança irão dormir dentro do Supremo durante o período, inclusive no feriado de 7 de setembro. Também serão feitas varreduras diárias nas casas dos ministros da Corte enquanto o julgamento estiver em curso. Vale lembrar que as residências dos magistrados já são vistoriadas uma vez por semana.
O esquema reforçado de segurança também faz parte das comemorações do dia 7 de setembro, próximo domingo, na Esplanada dos Ministérios. O acesso ao público no dia do desfile será aberto às 6h, com pontos de revista instalados. Estão proibidos itens como armas, objetos cortantes, substâncias inflamáveis, recipientes de vidro, fogos de artifício, mochilas de grande porte, barracas e drones sem autorização.
Já nesta segunda-feira (1º), às 7h da manhã, a Polícia Militar do Distrito Federal vai enviar policiamento com viaturas e homens para permanecerem em frente ao STF até o final do julgamento. Cerca de 30 agentes extras já pernoitam no STF para que haja segurança 24 horas.
Além disso, a partir desta segunda (1º), será instalada a Célula Presencial Integrada de Inteligência na sede da Secretaria de Segurança Pública do DF. A estrutura reunirá órgãos de segurança locais e nacionais para intensificar o compartilhamento de informações, reduzir o tempo de resposta e fortalecer ações preventivas, como o monitoramento de redes sociais e a detecção de movimentações suspeitas.
Quem faz parte do “Núcleo 1”
O “Núcleo 1” da Ação Penal 2668 reúne oito réus: Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Eles respondem por suposta tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, associação criminosa armada e crimes contra patrimônio tombado.
O julgamento do “Núcleo 1” começará no dia 2 de setembro, na Primeira Turma do STF. O julgamento de Bolsonaro e dos demais será realizado em sessões programadas também nos dias 3, 9, 10 e 12 de setembro, com reuniões extraordinárias para garantir mais tempo para análise do caso. A Primeira Turma do STF é composta por cinco ministros, e a condenação dependerá de maioria qualificada, ou seja, pelo menos três votos favoráveis.
A primeira sessão ocorrerá das 9h ao meio-dia do dia 2 de setembro, com a leitura do relatório feita pelo ministro-relator Alexandre de Moraes, que apresentará um panorama das provas reunidas. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até uma hora para a sustentação oral, assim como os advogados dos oito réus, que também dispõem de uma hora cada.
Segundo o cronograma, oito horas serão dedicadas às sustentações orais, enquanto as demais serão para a apresentação dos votos dos ministros. O primeiro a votar será o relator Alexandre de Moraes, seguido pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Desde 4 de agosto, Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, após descumprir medidas cautelares, segundo Moraes. Ainda não há previsão para o julgamento dos réus dos núcleos 2 e 3 da investigação.