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Israel realiza ataque “preventivo” contra instalações nucleares do Irã e declara estado de emergência

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, informou na madrugada desta sexta-feira (13, horário local) que o país iniciou um ataque “preventivo” ao Irã.

Segundo informações do jornal The Times of Israel, o governo israelense declarou estado de emergência em todo o país devido à operação.

“Após o ataque preventivo do Estado de Israel contra o Irã, espera-se um ataque com mísseis e drones contra o Estado de Israel e sua população civil em um futuro próximo”, afirmou Katz em comunicado, razão pela qual o ministro assinou “uma ordem especial, segundo a qual um estado de emergência especial será imposto na frente interna em todo o Estado de Israel”.

“Vocês devem obedecer às instruções do Comando da Frente Interna e das autoridades e permanecer nas áreas protegidas”, disse Katz. Segundo o Times of Israel, sirenes soaram em todo o país.

O Comando da Frente Interna das Forças de Defesa de Israel (FDI) proibiu todas as atividades educacionais, aglomerações e atividades em locais de trabalho, com exceção de setores essenciais.

“O público deve seguir as diretrizes publicadas no canal oficial do Comando da Frente Interna”, afirmaram as FDI, devido à expectativa de “um ataque significativo vindo do leste [Irã]” nas próximas horas.

Programa nuclear era o alvo principal

As FDI confirmaram depois que bombardeios visam dezenas de alvos em todo o Irã relacionados ao programa nuclear do país e outras instalações militares, numa operação chamada de Nação dos Leões.

Segundo as forças de Israel, o ataque preventivo é necessário porque o Irã teria urânio enriquecido suficiente para construir várias bombas em poucos dias.

“Hoje, o Irã está mais perto do que nunca de obter uma arma nuclear. Armas de destruição em massa nas mãos do regime iraniano representam uma ameaça existencial ao Estado de Israel e uma ameaça significativa ao mundo em geral. O Estado de Israel não permitirá que um regime cujo objetivo é destruir o Estado de Israel obtenha armas de destruição em massa”, disseram as FDI.

O The New York Times informou que um alto funcionário iraniano confirmou que Teerã havia sido atacada. O funcionário afirmou que caças iranianos decolaram e que aviões israelenses atacaram o Irã.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, convocou seu gabinete de segurança para acompanhar os desdobramentos do ataque.

Numa declaração em vídeo, Netanyahu disse que Israel está em um “ponto decisivo” da sua história e que o objetivo é “atingir a infraestrutura nuclear do Irã, as fábricas de mísseis balísticos do Irã e as capacidades militares do Irã”.

Segundo as FDI, a operação deve durar “vários dias” e ao final dela “não haverá mais ameaça nuclear” por parte dos iranianos. Israel fechou seu espaço aéreo e cancelou voos imediatamente após a confirmação dos ataques contra o Irã.

Ataque atingiu bases, eliminou chefes militares e cientistas do programa nuclear

De acordo com o The New York Times, o ataque israelense atingiu seis bases nos arredores de Teerã, além de complexos residenciais onde vivem altos comandantes do regime iraniano. Ainda segundo a publicação, a ação indica que Israel pode estar promovendo “eliminações seletivas” contra a liderança do programa nuclear do Irã. A agência estatal de notícias IRNA cita que “vários edificios” ao redor da capital iraniana foram atingindos e relatou uma “série de mortes”.

A mídia estatal iraniana confirmou que o chefe da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC), Hossein Salami, foi eliminado por Israel durante este ataque. Além de Salami, a mídia iraniana confirmou também a morte do chefe do Estado-Maior e das Forças Armadas do Irã, Mohammad Bagheri, bem como outros integrantes do alto escalão militar e cientistas nucleares seniores. Entre os cientistas eliminados estão Mohammad Mahdi Tehranchi, presidente da Universidade Islâmica Azad, e Fereydoon Abbasi, ex-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã. A morte de ambos foi confirmada pela mídia estatal iraniana.

Resposta e ameaça do Irã

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, divulgou um comunicado nesta madrugada condenando o ataque aéreo israelense contra Teerã. Em sua mensagem, Khamenei chamou Israel de “regime sionista” e disse que o país “cometeu um crime” ao atacar áreas residenciais no Irã. O líder do regime islâmico advertiu que Israel deve esperar por um “castigo severo” e prometeu que o “braço forte das Forças Armadas iranianas” responderá à “agressão”. Khamenei garantiu que os sucessores dos comandantes mortos continuarão com suas funções e disse que este ataque definiu um “destino amargo e doloroso” para Israel, que enfrentará as “consequências de suas ações”.

O ataque de Israel ocorreu após o Irã ter anunciado nesta quinta-feira (12) que adotará medidas de retaliação à resolução aprovada pelo Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), a agência atômica da ONU, que considera o Irã em violação de suas obrigações nucleares.

O regime dos aiatolás anunciou que inaugurará uma usina de enriquecimento de urânio e instalará centrífugas avançadas em outro de seus centros.

O presidente americano, Donald Trump, havia afirmado a jornalistas na Casa Branca mais cedo que não queria que Israel realizasse o ataque contra o Irã com a sexta rodada de negociações nucleares entre Washington e Teerã em vista, marcada para Omã no domingo (15), mas disse que acreditava que uma ofensiva israelense poderia acontecer nos próximos dias.

Porém, o Canal 12 de Israel informou após o início do ataque que as declarações americanas sobre o assunto teriam sido um ardil para induzir o Irã a pensar que uma ofensiva israelense não aconteceria imediatamente.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou numa declaração que Israel tomou “ações unilaterais contra o Irã” e que os americanos não tiveram envolvimento no ataque.

Na quarta-feira (11), o governo dos Estados Unidos autorizou uma retirada parcial de diplomatas e militares de suas representações e bases no Oriente Médio, diante da tensão na região.

Desde os atentados do grupo terrorista Hamas (que é apoiado por Teerã) a Israel em outubro de 2023, israelenses e iranianos já haviam trocado ataques diretos em abril e outubro do ano passado.

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