O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (9) que o governo federal manterá o apoio ao estado de São Paulo apesar de, segundo ele, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) ter atuado para derrubar a MP 1.303, que substituía o aumento original do IOF por ajustes em outros tributos.
“Mesmo com a notícia de que o governador do estado agiu, na minha opinião, em detrimento dos interesses nacionais para proteger a Faria Lima, nós não vamos prejudicar o estado de São Paulo”, disse.
A Câmara retirou a MP de pauta na quarta-feira (8), por 251 votos a 193, inviabilizando a votação no prazo e fazendo o texto perder a validade. A proposta era considerada essencial para fechar o Orçamento de 2026.
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Segundo a equipe econômica, a não aprovação implica perda de ao menos R$ 17 bilhões de receita no próximo ano, quando o governo persegue superávit primário de 0,25% do PIB.
Após o revés, Haddad disse que a Fazenda abrirá nova rodada de conversas para recompor a arrecadação e que pretende procurar o relator do Orçamento de 2026, Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL).
“Nós temos tempo. Vamos usar esse tempo para avaliar com muito cuidado cada alternativa. Vamos conversar com o relator do Orçamento porque isso tem um impacto orçamentário importante em emendas, em investimentos”, afirmou.
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Apontado por parlamentares como articulador contra a MP, Tarcísio de Freitas declarou à CNN Brasil que “a população não aguenta mais aumento de impostos” e cobrou responsabilidade fiscal do governo Lula.
O Planalto, por sua vez, sustenta que a MP mirava ajustes na tributação com foco nos contribuintes de maior renda, preservando trabalhadores e programas sociais.
Com a medida provisória caducada, a equipe econômica trabalha em alternativas legislativas e orçamentárias para cumprir a meta fiscal e preservar investimentos, num ambiente de tensão política após a derrota mais relevante do governo no Congresso neste ano.