quarta-feira , 19 novembro 2025
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Haddad critica PL Antifacção e diz que texto aprovado “asfixia financeiramente a PF”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (19) que o texto do PL Antifacção aprovado pela Câmara dos Deputados representa um enfraquecimento direto da atuação da Polícia Federal (PF) no combate ao crime organizado.

Segundo ele, ao alterar a distribuição dos recursos provenientes de bens apreendidos, o relatório produzido pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP) “asfixia financeiramente a Polícia Federal e não o crime organizado”.

Haddad citou três operações recentes da PF — envolvendo lavagem de dinheiro na Faria Lima, máfia dos combustíveis no Rio de Janeiro e fraudes no sistema financeiro em Brasília — para argumentar que a corporação vive “seu melhor momento de atuação” e que mudanças feitas sem diálogo colocam esse avanço em risco.

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“Em menos de quatro meses, desbaratamos esquemas gigantescos de corrupção, lavagem de dinheiro e crime organizado. Não podemos permitir que essas operações sejam enfraquecidas por um relatório votado de forma açodada”, afirmou.

Revisão no Senado

Haddad disse que o texto aprovado foi levado ao plenário “sem que especialistas fossem ouvidos, sem debate público e sem que os órgãos envolvidos tivessem oportunidade de se manifestar”.

Para o ministro, a versão aprovada descaracteriza o projeto original encaminhado pelo governo, elaborado sob coordenação do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e pensado para integrar Receita Federal, COAF, Ministério Público e PF na repressão às facções.

Segundo ele, o governo tentará reverter as alterações no Senado. “Quando o texto chegar ao Senado, vamos trabalhar para retomar o projeto original”, disse.

Risco às operações

Haddad, que também responde pela Receita Federal e pelas aduanas, afirmou que o PL cria brechas que podem enfraquecer o perdimento de bens, mecanismo para esvaziar financeiramente organizações criminosas.

Ele citou como exemplo a apreensão, no Rio de Janeiro, de cinco navios com 250 milhões de litros de combustível, cujo fiel depositário é a Petrobras.

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“Você vai complicar o perdimento e abrir brechas para o bandido atuar, ao invés de fortalecer os órgãos que combatem corrupção e crime organizado?”, questionou.

O ministro afirmou ainda que 25% do fundo de pensão dos servidores do Rio de Janeiro foi comprometido com a compra de títulos sem lastro, caso descoberto em uma das operações recentes contra o Banco Master.

Para ele, isso evidencia a necessidade de fortalecer órgãos de fiscalização. “Temos que reforçar Ministério Público, COAF, PF, Receita Federal. Não faz sentido retirar dinheiro da PF no momento em que ela mais entrega resultados.”

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Capacidade da PF

Ao defender a integração entre as instituições, Haddad afirmou que o país vive uma oportunidade inédita de enfraquecer grandes estruturas criminosas.

“Estamos começando a desmontar esquemas que drenam recursos das comunidades, que precarizam a vida do trabalhador. Se não asfixiarmos o crime organizado, vamos seguir repondo mão de obra barata para essas organizações.”

Haddad disse que não conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a votação, já que Lula seguiu para Belém para a COP30, mas que tratará do tema durante viagem conjunta à África do Sul.

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