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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez uma crítica direta ao modelo econômico adotado pelo presidente da Argentina, Javier Milei, nesta sexta-feira (27), durante entrevista à GloboNews. Segundo o ministro, muitos empresários brasileiros que defendem as políticas do governo argentino desconhecem a realidade social do país vizinho.
“Eu vejo muito empresário defender o Milei. Geralmente é um empresário que não conhece a periferia de Buenos Aires”, afirmou Haddad. “Cinquenta, sessenta por cento da população abaixo da linha da pobreza. E com o câmbio sobrevalorizado, vai dar problema logo ali na frente. Se não fosse o FMI ali, tudo já estava mal arrumado.”
A fala surge no contexto de uma discussão sobre os desafios fiscais do Brasil e a busca por soluções sustentáveis para as contas públicas. Haddad argumentou que, ao contrário da Argentina, o Brasil pode e deve seguir um caminho de “gradualidade”, promovendo ajustes a cada semestre, sem rupturas abruptas.
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“Nós não precisamos de nada disso”, reforçou. “Se formos, a cada semestre, como temos feito, aprumando as coisas, corrigindo as rubricas, melhorando os indicadores… não teremos 2027 com uma nuvem sombria atormentando o país.”
Durante a entrevista, o ministro voltou a destacar a importância de reconstruir a confiança entre o Executivo e o Congresso Nacional para avançar com medidas de ajuste fiscal. Ele afirmou estar disposto a promover um ambiente de diálogo e sugeriu a criação de uma mesa com participação de governo e oposição para discutir os gastos primários.
