O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (28) que a operação Carbono Oculto revelou uma estrutura criminosa altamente sofisticada, com atuação em diversas camadas do sistema financeiro e da cadeia logística de combustíveis. Segundo o ministro, o grupo criminoso investigado movimentou R$ 52 bilhões em quatro anos, por meio de fundos fechados, empresas interpostas e operações com aparência de legalidade.
“A ação de hoje não é fruto do acaso. É resultado de um trabalho iniciado em 2023, quando criamos uma equipe dedicada à fraude estruturada na Receita Federal”, afirmou Haddad, durante coletiva de imprensa ao lado do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e autoridades da Receita e da Polícia Federal.
A investigação, que teve como base a integração entre fiscalização e investigação criminal, permitiu, segundo o ministro, bloquear mais de 100 imóveis, centenas de veículos e outros patrimônios que somam bilhões de reais.
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Segundo Haddad, a estrutura criminosa era formada por:
- Mais de mil postos de combustíveis, muitos usados como lavanderia financeira;
- Quatro refinarias e milhares de caminhões, viabilizando a logística própria da facção;
- Fundos fechados com múltiplas camadas societárias, dificultando o rastreio dos beneficiários finais;
- Esquemas de importação fraudada, em que a adulteração começava antes mesmo da chegada do produto ao país.
“O crime organizado se sofisticou, e o Estado precisa se sofisticar também. Para entender o caminho do dinheiro, é necessário abrir camadas e camadas de estruturas jurídicas complexas. Sem a Receita, isso não seria possível”, disse o ministro.
O ministro também chamou atenção para os impactos econômicos da atuação criminosa no setor de combustíveis. Segundo ele, a presença de grupos ilegais no mercado prejudica empresários regulares, distorce a concorrência e impõe prejuízos diretos ao consumidor.
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“O consumidor é a parte mais frágil de tudo isso. Ele paga mais caro, abastece com produto adulterado e vê a concorrência honesta ser esmagada”, afirmou Haddad. “Estamos protegendo o mercado, o consumidor e as finanças públicas com essa ação.”