O governo dos Estados Unidos recebeu nesta segunda-feira (12) o primeiro grupo de 49 africâneres – sul-africanos brancos descendentes principalmente de colonos holandeses – que chegaram ao país como refugiados, fugindo do que o presidente americano, Donald Trump, chama de “genocídio”.
O vice-secretário de Estado, Christopher Landau, deu as boas-vindas aos cidadãos da África do Sul no Aeroporto Internacional de Dulles, nos arredores de Washington.
“Quando você tem sementes de qualidade, pode plantá-las em solo estrangeiro e elas florescerão. Estamos entusiasmados em recebê-los em nosso país, onde acreditamos que vocês florescerão”, disse Landau aos recém-chegados, que planejam seguir para outras partes do país.
Em comunicado, a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, classificou a operação como uma “grande conquista”, em linha com o apelo de Trump para “priorizar o reassentamento” de um “grupo vulnerável que enfrenta discriminação racial injusta na África do Sul”.
Esse foi o primeiro grupo a chegar aos EUA vindo da nação africana depois que Trump abriu as portas em fevereiro para o reassentamento de refugiados africâneres com uma ordem executiva que bloqueou a ajuda à África do Sul sob a acusação de confisco de terras da minoria branca, algo que o governo sul-africano nega.
Horas antes da chegada dos solicitantes de asilo, o presidente dos EUA justificou o refúgio para esse grupo de pessoas porque, segundo ele, estão sofrendo um “genocídio” na África do Sul.
“Se eles são brancos ou negros não é importante para mim, mas são agricultores brancos que estão sendo brutalmente assassinados, e suas terras estão sendo confiscadas na África do Sul”, declarou Trump em entrevista coletiva na Casa Branca.
Trump afirmou que poderá se encontrar com o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, na próxima semana na Casa Branca e disse que os EUA não participarão do G20 na África do Sul enquanto a discriminação contra os africâneres continuar.
Ramaphosa afirmou nesta segunda-feira que os africâneres que viajaram para os EUA não se qualificam como refugiados porque não enfrentaram perseguição.
Os sul-africanos chegaram aos EUA graças a um programa que concede asilo a pessoas que fogem de conflitos, desastres naturais e crises humanitárias, que foi suspenso desde que Trump chegou ao poder em janeiro.
O período de espera para que os refugiados cumpram os trâmites e recebam autorização para viajar para os EUA geralmente pode levar anos. Esse status oferece um caminho direto para a cidadania americana.