O governo da capital federal afirmou à Câmara Legislativa do Distrito Federal que não ofereceu qualquer tratamento privilegiado ao ex-presidente Jair Bolsonaro ao solicitar ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que ele fosse submetido a uma avaliação médica antes da definição sobre o início do cumprimento da pena de 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado. A informação é do jornal O Globo.
O pedido, feito pelo secretário de Administração Penitenciária, Wenderson Souza e Teles, no dia 3, gerou incômodo no governo de Ibaneis Rocha, que tenta manter diálogo com a direita e busca apoio bolsonarista para disputar o Senado em 2026.
No ofício enviado ao STF, o secretário alegava necessidade de verificar a compatibilidade do quadro clínico de Bolsonaro com os serviços médicos disponíveis nos presídios do DF. Moraes, porém, rejeitou a solicitação em poucas linhas, classificando-a como inadequada.
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A reação ao gesto partiu do deputado distrital Fábio Felix (PSOL-DF), que pediu explicações à secretaria sobre por que a mesma preocupação não se aplica aos mais de 27 mil presos do sistema penitenciário local.
Em resposta, Wenderson afirmou que não houve privilégio e que protocolos semelhantes são adotados sempre que há informação prévia sobre comorbidades.
Segundo o secretário, a preocupação com a saúde de Bolsonaro não viola o princípio da isonomia: “Em todas as hipóteses em que há ciência prévia de quadro clínico debilitado, as medidas cabíveis são adotadas”, diz o documento.
Wenderson também argumenta que, diferente da maioria dos casos, o estado de saúde de Bolsonaro é de “conhecimento público” e está formalizado no processo judicial, o que justificaria a consulta antecipada. Ele defendeu ainda que a omissão, e não a ação, poderia configurar quebra da isonomia.
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