Governo descarta pedir adiamento de tarifas e busca acordo até o dia 31, diz Alckmin

O governo brasileiro não planeja, ao menos por enquanto, solicitar ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o adiamento da entrada em vigor das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, previstas para começar em 1º de agosto. Em vez disso, aposta em uma estratégia diplomática intensiva nas próximas semanas para tentar reverter a decisão. A informação foi divulgada pelo G1.

A posição foi confirmada nesta terça-feira (15) pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

“A ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, mas procurar resolver até o dia 31. O governo vai trabalhar para resolver nos próximos dias”, afirmou, após reunião com representantes da indústria e do agronegócio.

O encontro, realizado em Brasília, reuniu ministros e secretários de Estado com empresários de setores especialmente afetados pelas novas tarifas, como aviação, aço, alumínio, celulose, autopeças, móveis, calçados, carnes e sucos.

Além de Alckmin, participaram os ministros Rui Costa (Casa Civil), Carlos Fávaro (Agricultura), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), André de Paula (Pesca), Laércio Portela (Secom), além da chanceler interina Maria Laura da Rocha.

Segundo o G1, empresários pediram ao governo que evite medidas unilaterais, como acionar de imediato a recém-regulamentada Lei de Reciprocidade, antes de tentar ampliar o prazo das tarifas junto à Casa Branca.

A equipe econômica, no entanto, prefere evitar o desgaste de um pedido formal de adiamento, optando por intensificar os canais de diálogo com o setor privado e autoridades americanas.

Alckmin reforçou que o governo está promovendo uma escuta ativa dos setores nacionais atingidos. “Reiteramos o compromisso do presidente Lula com o diálogo. Vamos trabalhar juntos para reverter este quadro”, afirmou o vice-presidente.